Dia Nacional de Combate ao Fumo

8 Prejuízos que cigarro causa para o corpo, para o sistema de saúde e para a economia

29 AGO 2018 • POR da Redação com informações da ACT • 08h35
Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

No Dia Nacional de Combate ao fumo, o Brasil pode comemorar uma diminuição de 33% no número de fumantes durante a última década, segundo dados do Ministério da Saúde. No entanto, 10,4% dos habitantes das grandes cidades são adeptos do tabagismo, um hábito associado a mais de 50 doenças e considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a principal causa evitável de morte no mundo.

E os malefícios do cigarro não se restringem a quem fuma. “O tabagismo tem um impacto social, pois afeta a família e demais indivíduo no entorno do fumante, e também econômico, pois gera gastos com tratamento de doenças, que podem provocar afastamentos e interrupções na vida profissional”, diz Monica Andreis, psicóloga e vice-diretora da aliança de Controle do Tabagismo (ACT).

Veja a seguir como o cigarro pode ser prejudicial de diferentes formas, não apenas para o corpo.

Provoca mais de 50 doenças

O cigarro contém cerca de 4720 substâncias tóxicas, das quais 50 são cancerígenas. “O tabagismo leva a aumento de diversas doenças como bronquite crônica, enfisema pulmonar, derrames e infartos. São pelo menos 50 doenças reconhecidas pela OMS”, diz o oncologista e coordenador do Hospital Integrado do Câncer Mater Dei, Enaldo Melo de Lima.

Aumenta o risco de câncer

O tabagismo é causa primária de 30% de todos os cânceres e responde por 22% das mortes causadas pela doença. Os tipos de câncer mais comuns entre os fumantes são pulmão, cabeça e pescoço, bexiga, rim, esôfago, pâncreas, cólon e reto e esôfago. Cerca de 20% dos fumantes desenvolvem câncer de pulmão, doença que tem alta letalidade e decorre do tabagismo em 90% dos casos.   “O risco relativo de câncer de pulmão em fumantes de 20 ou mais cigarros por dia é de 20 a 30 vezes maior, mais declina constantemente após a parada, para voltar ao patamar dos que nunca fumaram após 20 a 25 anos após a suspensão”, explica Lima.

Diminui a expectativa de vida

Cada cigarro consumido subtrai 11 minutos da vida do fumante, segundo estudo publicado em 2010 no British Medical Journal. “Além disso, 50% dos fumantes inveterados morrem prematuramente por causa do seu hábito, com redução média da vida de 20 a 25 anos”, acrescenta Lima.

Gera despesas evitáveis

O Brasil despende anualmente R$ 23 bilhões para tratar doenças e problemas de saúde associados ao cigarro, segundo estudo da ACT.  “Esse valor não inclui custos indiretos como aposentadorias e afastamentos decorrentes do tabagismo”, informa Andreis.

Tem impacto econômico negativo

Estimativas internacionais apontam que cada US$ 1,00 arrecadado com impostos gera gasto de outros US$ 3,00 com tratamento de doenças. No Brasil, o estudo da ACT comprovou essa proporção. Os R$ 23 bilhões despendidos anualmente com o tratamento de doenças superam em mais de três vezes os R$ 7 bilhões obtidos com impostos.

Faz mal até para quem não fuma

O fumo passivo aumenta em 25% os ricos de doenças cardíacas e eleva também o risco de desenvolver câncer, complicações respiratórias e outros problemas. Sintomas de curto prazo, como irritação nos olhos, tosse, coriza e náuseas também se manifestam. Todos esses problemas acarretam gastos para os pacientes e para o sistema de saúde.

Compromete a produtividade

No Brasil, a perda de produtividade associada ao tabagismo teve um custo de R$ 100 milhões por mil fumantes, como informa o Tobacco Atlas, publicação da World Lung Foundation (WLF), da American Cancer Society (ACS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS),  . “O cigarro aumenta o risco de doenças graves e incapacitantes, que podem levar à interrupção ou ao encerramento precoce da vida profissional”, ressalta Monica Andreis. “A maioria desses problemas atinge pessoas entre 45 e 60 anos, em plena idade produtiva”.

Agride o meio ambiente

As pontas de cigarro são o resíduo mais descartado no mundo, segundo o Tobacco Atlas. Estima-se que 767 milhões de quilos delas tornem-se lixo tóxico. Quando descartadas incorretamente, levam até cinco anos pare se decompor. Por conter substâncias nocivas, podem prejudicar o solo, poluir rios e córregos e levar ao entupimento dos bueiros, dentre outros malefícios.