Cinema

Grease: Nos tempos da brilhantina', com John Travolta e Olivia Newton-John, completa 40 anos

13 JUN 2018 • POR • 13h29
John Travolta e Olivia Newton-John em cena de "Grease: Nos tempos da brilhantina", de 1978 - Foto: Divulgação
Indicado ao Oscar de Melhor canção ("Hopelessly Devoted to You"), "Grease" foi o filme de maior arrecadação em 1978 e transformou o jovem Travolta, recém-saído de "Os embalos de sábado à noite", em um dos grandes astros de Hollywood. Dirigido por Randal Kleiser ("A lagoa azul"), o filme teve como inspiração o musical homônimo da Broadway que havia estreado em fevereiro de 1972 e fez mais de 3,3 mil apresentações. Na história, o romance de Danny e Sandy acaba junto com o verão, já que ela deve voltar à Austrália. O amor dos pombinhos tem a chance de ressurgir quando eles se encontram no Instituto Rydell, na Califórnia. Porém os costumes dos grupos aos quais pertencem (os T-Birds e as Pink Ladies) vão colocar impedimentos para o reencontro. Esse é o argumento da trama que se passa em 1959 e, como escreve Scott Miller no livro "Sex, drugs, rock & roll, and musicals", seria um relato revolucionário para a época, subvertendo temas e se atrevendo a abordar assuntos sensíveis, como sexo e rebeldia jovem. Aí estava parte do charme da história. Graças ao trabalho de Stockard Channing, como a cínica Rizzo, ou o de Jeff Conaway, como o melhor amigo de Danny, apesar de já estarem longe da adolescência – ela tinha 33; e ele, 27 –, o carisma dos personagens deu o toque final. As atitudes insolentes dos T-Birds – dizem que foram usados até 100 mil chicletes durante as filmagens –, com as imponentes jaquetas de couro e quantidades industriais de gel no cabelo, se chocam com a personalidade forte das integrantes do Pink Ladies. O amor é embalado por hits como "Summer nights", "Grease" e "Greased lightnin". Não à toa, a trilha sonora do filme foi o segundo disco mais vendido de 1978, só atrás do disco de "Os embalos de sábado à noite". O polêmico final foi muito comentado, mas, como defendia Jim Jacobs, criador do espetáculo da Broadway, a cena parodiava os estereótipos do cinema. "Era uma sátira! Era uma maneira de brincar de todos esses filmes de Hollywood em que o herói se transforma no final em um cidadão exemplar", afirmou ele, em entrevista ao jornal "Daily Herald", em 2010. O sucesso do longa, que estreou em 13 de junho de 1978, levou a Paramount Pictures a apostar em "Grease 2: Os tempos da brilhantina voltaram". A sequência não teve a mesma aceitação positiva do primeiro filme, mas serviu para lançar a carreira de Michelle Pfeiffer. Prova de que "Grease" é mesmo um fenômeno é o fato de que mesmo depois de tanto anos, Los Angeles continua recebendo turistas interessados em visitar a Praia Leo Carrillo State, onde foram rodadas algumas cenas do romance de Danny e Sandy, e o Venice High School, a escola que serviu de cenário para o Instituto Rydell.