MUNDO

Apicultores simulam enterro de abelhas em Paris para protestar contra pesticidas

7 JUN 2018 • POR • 21h30
Apicultores e ambientalistas simularam um enterro de abelhas em Paris nesta quinta-feira para protestar contra os pesticidas que, dizem, estão matando insetos cruciais para o ecossistema. Usando máscaras e macacões de apicultor, alguns manifestantes ficaram deitados em caixões enquanto outros permaneceram de pé e de cabeça baixa ao som de um clarim durante a cerimônia, realizada em um trecho arborizado perto do museu Les Invalides. Ambientalistas dizem que as colônias de abelha da Europa Ocidental foram devastadas pelo uso de neonicotinoides, um grupo de pesticidas baseado na estrutura química da nicotina. Os apicultores franceses pressionaram o governo a adotar mais ações para proteger seu meio de vida. "Já se fala nisso há 20 anos, mas nada foi feito a respeito", disse um ativista. "Haverá uma grande repercussão, e no curtíssimo prazo", disse outro, ambos caracterizados como apicultores. Um tribunal da União Europeia manteve nesta quinta-feira uma proibição parcial a três neonicotinoides, dizendo que a Comissão Europeia agiu certo em restringir seu uso em 2013 para proteger as abelhas. A restrição significa que eles não podem ser usados no milho, na semente de colza e em alguns cereais de primavera. Os fabricantes de produtos químicos para a lavoura argumentaram que foi provado empiricamente que uma queda global no número de abelhas não pode ser atribuída tão somente aos pesticidas neonicotinoides. A cerimônia ocorreu dias depois de parlamentares falharem em garantir a inclusão de uma suspensão do uso de glifosato --muito empregado em herbicidas-- em uma nova legislação mesmo depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, ter prometido sua proibição no período de três anos.