Cidades

Longen participa de evento no Paraguai

15 JUL 2011 • POR • 22h45
Sérgio Longen, presidente da Fiems, na abertura do seminário realizado na Embaixada do Brasil em Assunção - Foto: Divulgação
Campo Grande - Na abertura do Seminário de Integração Empresarial Paraguai – Mato Grosso do Sul, realizado ontem no Centro Cultural da Embaixada de Brasil em Assunção, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, defendeu o avanço das relações comerciais entre o Estado e o Paraguai, destacando que a embaixada brasileira é estratégica para esse processo.

“Nossos empresários têm interesse em operar com a Lei de Maquila, que incentiva a instalação de empresas no Paraguai com o recolhimento de um imposto único de 1%. Sempre estivemos prontos para a ampliar horizontes porque, na realidade, somos os autênticos agentes de qualquer processo que envolva a expansão da nossa produção, dos nossos negócios, da inovação e da tecnologia”, pontuou.

Ele reforça que, nesta ocasião, quando se propõe, mais uma vez, a tratar de oportunidades e potencialidades, é necessário partir, efetivamente, para ações concretas e reais. “A nossa representatividade requer organização e objetividade. Temos a convicção de que podemos nos transformar no grande espaço de articulação dos temas estratégicos para o Mercosul, desde que estejamos verdadeiramente comprometidos a cumprir o histórico papel de representar o setor empresarial junto aos nossos países para que consigamos descomplicar nossas relações”, declarou.



Sérgio Longen ressalta que entre as propostas capazes de remover os entraves que distanciam, emperram e complicam as relações comerciais entre Mato Grosso do Sul e Paraguai está a criação do Centro Estratégico de Informação, que funcionaria como alicerce para eficiência, agilidade e produtividade.

Ele também defende o fortalecimento da atuação dos comitês da Zicosul para descomplicar os trâmites aduaneiros, a adoção de um modelo único de marcas e patentes, a criação e instalação de escritórios da Zicosul nas estruturas das federações representativas do setor produtivo nos Estados e Províncias e a criação de um modelo de associação de grupos de empresas e indústrias para eliminar intermediários no intercâmbio comercial, proporcionando redução de custeio e agilidade.

“Acredito que são questões estratégicas para fazer avançar a tão necessária integração entre os países e, mais importante, entre nossas empresas. Atualmente, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems, o Paraguai é apenas o 20º destino dos produtos exportados por Mato Grosso do Sul, totalizando US$ 20,3 milhões de receita com a venda de minerais, alimentos, bebidas e siderurgia.



Já com relação às importações, o Paraguai é o 12º fornecedor de mercadorias externas para o Estado, somando US$ 28,8 milhões de receita com a compra de trigo, produtos do complexo soja e produtos alimentícios”, informou o presidente da Fiems.

Parcerias

Durante o painel “Iniciativas de Integração Regional e Oportunidades de Cooperação Técnica”, o presidente da Fiems apresentou as oportunidades de integração com o Paraguai, enumerando as parcerias que podem ser firmadas entre paraguaios e sul-mato-grossenses nos setores de promoção comercial, habitação, sucroalcooleiro e energético. No caso de promoção comercial, ele citou o protocolo de intenções assinado em outubro do ano passado em Campo Grande entre o Governo de Mato Grosso do Sul, a Fiems e o Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai.

O protocolo propõe a instalação do Conselho de Desenvolvimento Empresarial Mato Grosso do Sul-Paraguai para organizar, estruturar e direcionar ações de promoção comercial e a estruturação de uma rede de negócios entre a Fiems, por meio do CIN (Centro Internacional de Negócios), Sebrae, Rediex (Rede de Investimentos e Exportações do Paraguai), UIP (União Industrial do Paraguai), CIP (Centro de Importadores do Paraguai) e Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai com apoio da Embaixada do Brasil no Paraguai e Governo de Mato Grosso do Sul.

Já para o setor da habitação a proposta é o estabelecimento de um acordo de cooperação para o desenvolvimento do projeto de casas populares, prevendo a construção no Paraguai de 100 mil habitações por empresas filiadas ao Sinduscon/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Construção de Mato Grosso do Sul). Além disso, seria firmada uma parceria entre o Senai para o treinamento de mão de obra que seria utilizada no setor da construção civil do Paraguai.

No setor sucroalcooleiro a proposta é de um acordo de cooperação empresarial técnica e tecnológica entre a Fiems, a Biosul e o Governo do Paraguai, que estabeleceria um programa de atração de investidores de Mato Grosso do Sul, incentivos empresariais especiais, acordos de transferência de tecnologia de Mato Grosso do Sul para o Paraguai e qualificação de mão de obra pelo Senai.


Para o setor energético, seria assinado um protocolo de intenções entre os governos para estudar e regulamentar a construção de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) no Paraguai para atender novos empreendimentos industriais a partir de Mato Grosso do Sul. Além disso, seriam feitos investimentos na construção de PCHs com recursos de instituições financeiras do Brasil e a comercialização de energia ao Brasil.