Variedades

Comitê pró consciência política das aldeias

12 JUL 2011 • POR • 09h00
Wilson Matos da Silva *


Com o objetivo de despertar a consciência um grupo de índios das aldeias Jaguapirú e Bororó em Dourados, profissionais liberais em diversas áreas de conhecimento e acadêmicos estão se reunindo todos os sábados para formar o comitê pró consciência política nas aldeias. O objetivo é esclarecer a comunidade quanto a necessidade de poder político – representatividade - que as aldeias tem com o objetivo de combater o “Onhemoirõ” (aquele que se coloca entre nos e o nosso querer).

É certo que enfrentamos resistência dos apadrinhados políticos, que diuturnamente tentam nos desqualificar perante a opinião pública, para isto, arregimentam alguns índios, pseudo líderes para legitimarem seus projetos, cujas verbas nunca chegam as aldeias. Querem fazer a sociedade crer que somos dominantes, quando na verdade somos cabeças pensantes na busca por soluções dos problemas das nossas comunidades.

Os ‘donos dos índios’, são alguns agentes do próprio Estado, na maioria das vezes são nomeados pelos famosos padrinhos políticos, não tendo qualificação ou quando tem, não simpatiza com a causa indígena. São contra as nossas idéias que se constitui da nossa vivencia diária o que nos dá o know how para buscarmos a solução dos problemas. Contestam-nos porque tem medo de perder seus empregos (teta). Intitulam-se "especialistas em índios", donos do bem e do mal.

A exemplo, um político da cidade e sua mulher, está sendo processado nos autos 0004228-83.2010.403.6002, segunda a denuncia ofertada pelo MPF, eles teriam dado veneno e até mesmo cordas para que os indígenas cometessem suicídio coletivo. Em 2009, o casal teria planejado e financiado as manifestações que duraram mais de três meses para que esposa assumisse o cargo e o político ganhasse peso político para sair candidato a deputado estadual.

Ainda segundo a denuncia o casal financiou o grupo de índios com celulares, transporte, lonas, alimentação, tintas para pintura de guerra dos indígenas, cadeados, veneno e cordas para um virtual suicídio coletivo para pressionar a saída administradora.

Isto é apenas uma parte da máfia de "protetores" travestidos agentes do estado que se movimentam nos meandros da política nacional fundando ONGs, através da qual recebem dinheiro público para ações nas Aldeias que nunca chegam a seu destino.

Esses "Urubus" que vivem sobre a desgraça dos nossos povos, recebem sempre uma boa paga para perpetrar a destruição de nossa gente; são diárias, hotéis de luxo, honorários de "consultoria", "locação" de veículos, pagamento de "RPAs", ‘ajuda’ de custa, "auxilio" financeiro etc e etc.

Já os ‘especialistas’, ‘donos dos índios’, ongueiros, urubus, parasitas sanguessugas de índios, Onhemoirõ. Destes, nenhum perdeu a vida, ao contrário, ganharam suas vidas, U$$ e mais U$$ que são foram arrecadados em nome do nosso povo. A desgraça dos índios que vivem no mais profundo abandono e pobreza servem-lhes como um negócio altamente lucrativo.

Sou muito criticado, pelos apadrinhados políticos, semi-analfabeto que posam de "doutores", por minha incessante apologia à causa do meu povo.

Senão vejamos: e estes desavisados ‘sanguessugas de índios’, ousam a dizer que estão buscando a proteção para o nosso povo. Esses vermes parasitas invadem nossas aldeias sem ser convidados, e passam a fazer experiências como se fôssemos ratos de laboratórios e, querem inclusive nos ensinar a sermos índios.


Estes intrusos, Onhemoirõ todos eles estão inseridos nas políticas de governo, nas três esferas. A sociedade organizada precisa nos ajudar a expurgar esses parasitas nocivos ao desenvolvimento das nossas comunidades!

######*É índio residente na Aldeia Jaguapirú, advogado e jornalista, Presidente da CADI/OAB 4ª Subseção Dourados, Coordenado regional do ODIN (Observatório nacional de direitos indígenas),