Economia

MS é 5º com menor devolução de cheque

20 JUN 2011 • POR • 21h52
Empresas acumulam cheques sem fundo há vários anos; cartão é mais seguro - Foto : Hedio Fazan/PROGRESSO
DOURADOS – Mato Grosso do Sul é o quinto Estado brasileiro com menor índice de devolução de cheques, segundo dados da Serasa Experian, empresa que administra o serviço no Brasil. Segundo o ranking elaborado pela instituição financeira, MS está classificado em 23º entre os Estados brasileiros, com um índice de devolução de 1,80% entre janeiro e maio deste ano. É o quinto melhor desempenho na compensação de cheques – perdendo apenas para regiões com maior concentração de Produto Interno Bruto (PIB), como Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Apesar de um índice menor do que outras regiões brasileiras, a taxa de devolução de cheques em Dourados ainda onera os empresários, que aos poucos já substituíram o cheque pelo cartão de crédito.

Em todo o país, no mês de maio o índice de devolução de cheques foi de 1,86% – o que, no acumulado, representa aos empresários um prejuízo de R$ 1,75 milhão. De janeiro a maio deste ano, o prejuízo acumulado com a devolução de cheques já alcança R$ 8,8 milhões. No ranking estadual, a Serasa Experian não divulga valores – apenas o percentual de cheques devolvidos em cada unidade da federação.

O ranking é liderado por Roraima, que de janeiro a maio deste ano acumulou um índice de 11,4% de devolução. A lista é seguida por Maranhão (9,47%), Acre (7,58%) e Sergipe (6,61%).

Mato Grosso do Sul aparece em 23º lugar, com 1,8%. Em seguida, vem Santa Catarina (1,75%), Paraná (1,63%), Rio de Janeiro (1,6%) e São Paulo, que no país registrou o menor índice de devolução de cheques: 1,47%.

ECONOMIA

Apesar dos índices considerados baixos, a devolução de cheques sem fundo continua sendo um problema e onerando cada vez mais a classe empresarial. O empresário José Tarso Moro da Rosa, proprietário de um posto de combustíveis, diz que a devolução de cheques afeta em torno de 2,8% a 3% do faturamento da empresa. Apesar disso, segundo ele, o prejuízo ainda é menor quando comparado ao custo do cartão de crédito – que fica em torno de 5,2%. “No caso de cheque sem fundos, a perda é maior mas o custo para a empresa é menor do que no cartão de crédito”, explica.

Segundo ele, mesmo com todos os riscos, o cheque acaba sendo um negócio mais viável do que o cartão de crédito porque a margem de lucro do setor é muito pequena. “Para o comerciante, o cartão de crédito é caríssimo, mas oferece mais segurança. Já o cheque é mais arriscado, mas tem um custo bem menor”, avalia.

O gerente de vendas Darci Prates Torquete, que trabalha em uma loja de roupas e artigos esportivos, diz que a empresa ainda aceita cheques, mas os próprios clientes acabam migrando para o pagamento por cartão de crédito. “A própria empresa adotou um sistema de condições diferenciadas no cartão de crédito para incentivar as vendas. Apesar do custo, fica mais barato do que correr o risco de um cheque sem fundo”, explica.

A empresa também adotou uma série de restrições para o pagamento em cheque – como clientes com conta no banco há pelo menos um ano, além de consultas no SCPC e Serasa. Com estas medidas, o pagamento através de cheque caiu pela metade, mas ainda assim a empresa enfrenta alguns problemas. “O índice de cheques sem fundo já chegou a 10%. É preciso tomar muito cuidado”, avalia.