Policia

PMA empalha animais para conscientizar

13 JUN 2011 • POR • 22h34
Animais vítimas de atropelamento e caça passam por processo de empalhamento - Foto: Hedio Fazan/PROGRESSO
DOURADOS – Animais silvestres vítimas de atropelamento e de caça em Mato Grosso do Sul estão sendo empalhados para chamar a atenção da sociedade. Todos os dias, dezenas deles são mortos ao tentar atravessar rodovias. Outros são ameaçados por safaris ilegais. Essa semana a Polícia Militar Ambiental (PMA) de Dourados, em parceria com universidades locais, está empalhando 45 animais vítimas de atropelamento e de caça. O serviço de empalhamento, que tem nome técnico de taxidermia, “imortaliza” os animais.

O trabalho é árduo e exige muita técnica dos profissionais.
“Nossa principal proposta com o empalhamento é a de mostrar à sociedade o que vem acontecendo nas estradas de nosso Estado”, disse o capitão Carlos Magno da Silva, da PMA de Dourados, se referindo aos acidentes com os bichos.

O processo de taxidermia com mamíferos começa com a retirada de toda a carne do animal, deixando intactos a pele, crânio e patas. Depois de limpo recebem a palha e são costurados. Essa técnica só pode ser feita por órgãos especializados, como a PMA, já que a taxidermia com animais silvestres é crime.

Um dos animais que mais chamam a atenção entre os 45 a serem empalhados, segundo o capitão, é o de uma onça parda. Ela foi morta em Costa Rica e teve uma das patas arrancadas. “Esse animal será encaminhado para aquela cidade como forma de conscientizar a população sobre o crime cometido contra a onça”, disse o capitão. Além da felina estão sendo empalhados cateto, jaguatirica, cuíca, sagui, veado, capivara, tatu, tamanduá e anta.

Projeto


Os animais empalhados vão compor o acervo da PMA de Dourados. Atualmente os policiais contam com 60 bichos “imor-talizados”. Eles fazem parte de um projeto educativo em que se trabalha a consciência ambiental das pessoas ao adentrar um labirinto.

O trabalho é desenvolvido principalmente com crianças e circula as escolas de de Dourados e região. Ao adentrar o labirinto o visitante encontra os animais, lado a lado, e recebe informações técnicas sobre o habitat, modo de vida e extinção. “Essa é uma atividade que chama a atenção da pessoa. Com isso temos o objetivo de despertar a consciência ambiental em cada uma delas para ajudar a preservar a fauna”, disse o capitão.

Comércio

Se por um lado a taxidermia é um projeto de educação, por outro é um mercado lucrativo para quem atua nessa área. O empalhamento pode ser feito tanto com um pet como um animal de grande porte. Atualmente, os maiores apreciadores dessa técnica são donos de animais reprodutores famosos.

Valfrido Rodrigues Santos, técnico em anatomia humana na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), trabalha há 25 anos com taxidermia. A freguesia é composta por pecuaristas que perderam seus animais e que estão dispostos a pagar R$ 3 mil para ‘imortalizar’ o bicho. Quando a pessoa não tem o animal e faz somente a encomenda o preço sai bem mais caro. Cada cabeça leva de 30 a 45 dias para ficar pronta.