Tecnologia

Nokia sofre novo revés com saída de presidente de tecnologia

9 JUN 2011 • POR • 16h40
Nokia anunciou parceria com Microsoft na área de smartphones em fevereiro - Foto: Alastair Grant/AP
A Nokia anunciou que seu vice-presidente de tecnologia entrou em licença por prazo indefinido, depois da publicação de uma reportagem sobre desentendimento em relação à estratégia da companhia. Além da saída do executivo, uma segunda agência de classificação de risco de crédito cortou a recomendação da empresa, o que representa novo revés para a fabricante de celulares.

As ações da Nokia estão perto da cotação mais baixa em 13 anos, depois que o jornal finlandês \"Helsingin Sanomat\" informou que o vice-presidente de tecnologia, Richard Green, havia discordado do presidente-executivo, Stephen Elop, quanto à estratégia para smartphones baseados na plataforma da Microsoft, e pode não voltar ao cargo.

A Nokia confirmou a licença de Green, que informou ser por motivos pessoais. Henry Tirri, o diretor do Nokia Research Center, se tornou vice-presidente interino de tecnologia.

Rumores sobre venda

Falando em uma conferência em Londres, Elop não mencionou o assunto, mas foi pressionado a negar que a empresa estivesse à venda, em meio a rumores cada vez mais ruidosos de que sua queda de valor de mercado poderá tornar a empresa alvo de uma aquisição. \"Todos esses rumores são infundados\", disse.

Executivos financeiros dizem que a Nokia não está atraindo interesse real de compra devido ao ceticismo quanto à sua recuperação. O valor de mercado do grupo caiu à metade, 17 bilhões de euros (US$ 25 bilhões) de fevereiro para cá.

A S&P rebaixou a classificação da Nokia a \"BBB+/A-2\", e colocou a companhia na lista CreditWatch, o que tem implicações negativas; trata-se da segunda agência de classificação de crédito a rebaixar a nota da companhia desde que a Nokia divulgou um alerta de lucro na semana passada.

Na terça-feira (7), a agência de classificação de crédito Fitch também rebaixou os títulos da Nokia à categoria \"BBB-\", apenas um degrau acima da classificação de \"junk bonds\". Também mencionou perspectivas negativas, afirmando que os consumidores parecem estar desertando da marca.