Esporte

Críticas agora têm respostas mais curtas

3 JUN 2011 • POR • 16h05
Sem muito papo: Falcão muda estilo na coletiva - Foto: Alexandre Alliatti/Globoesporte.com
As críticas comeram a língua de Paulo Roberto Falcão. Sempre acostumado a dar respostas longas, elaboradas, de bom conteúdo, o treinador do Inter encurtou radicalmente suas palavras nesta sexta-feira. Ele colocou em prática aquilo que havia dito na terça-feira: que repensaria sua relação com a imprensa. A retaliação é consequência das fortes críticas públicas recebidas pelo profissional depois de ele dizer que não via o elenco do Inter em condições de ser campeão brasileiro.

As coletivas de Falcão costumam durar mais de meia-hora. Nesta sexta-feira, foram apenas 12m47s, distribuídos em 16 perguntas. Houve momentos em que os questionamentos duraram mais do que as respostas.

Falcão confirmou que se trata de uma mudança de postura. É uma decisão dele. E a culpa, na visão do treinador, é da própria imprensa.

- Não fui eu que pedi, gente. Vim para cá disposto a dialogar bastante. Não deu. A culpa não é minha.

Falcão esteve mais sério do que o habitual. Ele ficou incomodado com uma pergunta sobre o risco de demissão em caso de insucesso no domingo, contra o América-MG, em Campo Grande (MS).

- Não é para mim que você tem que perguntar isso.

Paulo Roberto Falcão, no domingo, declarou à Rádio Gaúcha que o Inter, com o atual grupo, não tem como ser campeão brasileiro. E citou seis equipes que, na opinião dele, estão melhor preparadas do que o Colorado para buscar o título: Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, Santos, São Paulo e Corinthians. A opinião do treinador pegou muito mal. Ele foi criticado pela imprensa e rebatido pela diretoria. Pessoas no clube passaram a pedir a demissão dele ao departamento de futebol do Inter. Dependendo do que acontecer no domingo, contra o América-MG, pode mesmo acontecer.

Na terça-feira, Falcão deu uma coletiva inteira, de cerca de 40 minutos, discutindo a declaração com os jornalistas. Ele se mostrou visivelmente incomodado com a repercussão de sua frase. Falou que desconfiava de que algumas críticas eram de cunho pessoal. Chegou a tratar como “mau-caratismo” um comentário que ouviu em uma rádio, de que queria transformar Oscar em um Caçapava – seu colega de Inter nos anos 70, jogador de força, com característica de marcação.