Policia

Polícia Federal ataca tráfico de drogas nas aldeias

17 MAI 2011 • POR • 23h06
Polícia Federal fará operações na Reserva Indígena de Dourados em conjunto com a Funai - Foto: Arquivo
DOURADOS – A Polícia Federal fará operações na Reserva Indígena de Dourados, em conjunto com a Fundação nacional do Índio (Funai). O PROGRESSO apurou que tratam-se de ações emergenciais para o combate a violência, gerada pelo alcoolismo e narcotráfico que cercam as aldeias.
De acordo com a coordenadora da Funai em Dourados, Maria Aparecida Mendes de Oliveira, além de diminuir os índices de violência, a operação tem o objetivo de oferecer segurança a comunidade até que o policiamento permanente seja definido.

Na última segunda-feira, uma audiência de conciliação entre Ministério Público Federal (MPF), União e Funai, suspendeu a liminar que dava prazo de 30 dias para o policiamento imediato na Reserva Indígena de Dourados, com efetivo de doze policiais. O prazo para o cumprimento da determinação venceu no início de maio.

De acordo com Maria Aparecida, a suspensão teve como base em ações que já vinham sendo planejadas pela Funai e PF como o Acordo de Colaboração Técnica entre Funai, Polícia Federal e Estado de Mato Grosso do Sul, que está sendo discutido no Ministério da Justiça há 1 ano. O termo, segundo a Funai, tem por objetivo garantir a polícia cidadã permanente dentro das aldeias, respeitando a particularidade da comunidade indígena. Segundo Maria Aparecida, as negociações já estão em estágio avançado e vão permitir que os trabalhos deixem de ser apenas pontuais dentro da reserva quando o assunto é segurança pública.

Para a coordenadora, um dos aspectos que leva a demora na efetivação deste Termo de Colaboração é a definição de competências entre as forças policiais, tanto federal, quanto estadual. A expectativa de que em ainda este ano o policiamento das aldeias seja definido e ações sejam realizadas no combate a violência. Segundo Maria Aparecida, é de fundamental importância a retomada da segurança nas aldeias. “Todo o espaço com a ausência de policiamento gera insegurança e sentimento de impunidade”, destaca.

Segundo informações apuradas pelo O PROGRESSO, as aldeias estariam sem o policiamento permanente há mais de 2 anos. Isto porque a Sucuri, ligada a Funai, que realizava os trabalhos foi desativada. “Estes profissionais não têm formação policial, o que os impede de realizar uma segurança mais eficaz. A permanencia dos agentes na reserva não estava resolvendo o problema da violência”, lembra.

Conforme relatório do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), o índice de mortes de indígenas vem aumentando substancialmente no decorrer dos anos, sendo certo que, entre 2003 (13 vítimas) e 2007 (53 vítimas), houve um aumento de mais de 300% no número de vítimas fatais nas aldeias de Mato Grosso do Sul, sendo em grande parte em Dourados, maior concentração indígena do Estado.