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Oposição rejeita exigências do presidente para renunciar no Iêmen

6 MAI 2011 • POR • 14h35
Manifestantes protestam contra o governo do Iêmen na capital, Sanaa, nesta sexta-feira - Foto: AFP
A oposição do Iêmen rejeitou nesta sexta-feira (6) a postura do presidente Ali Abdullah Saleh em relação a um plano revisado dos países do Golfo Pérsico para sua saída do poder, enquanto forças de segurança se reuniam antecipando os protestos em massa contra e a favor do líder.

O partido governista disse na noite de quinta-feira que Saleh não assinará o acordo até que representantes do partido do governo e da oposição tenham assinado. O líder opositor Sultan Atwani disse à Reuters nesta sexta-feira que sua coalizão não irá aceitar.

O plano proposto pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) previa a renúncia de Saleh em 30 dias após a assinatura do acordo na esperança de que isso encerre os três meses de protestos acirrados exigindo sua saída, nos quais pelo menos 130 pessoas foram mortas.

Mas a oposição desconfia de Saleh, um sobrevivente político astuto há mais de 30 anos e até o momento um aliado-chave dos EUA e da Arábia Saudita nos combates contra a Al Qaeda.

\'Não aceitaremos a menos que o presidente assine como parte envolvida no acordo, e pedimos aos CCG, aos Estados Unidos e à União Europeia que pressionem Saleh a assinar a iniciativa\', disse Atwani.

Saleh parecia prestes a assinar o acordo, que garante imunidade contra processos a ele, seus familiares e assessores, mas na semana passada se recusou a colocar seu nome no documento na capacidade de presidente.

Na quinta-feira o CCG ofereceu um plano modificado, no qual 15 representantes do partido governista e da oposição chancelariam o plano em Sanaa, em vez de somente Saleh e o líder da oposição, mas sem sucesso.

Uma fonte do CCG disse à Reuters que os ministros das Relações Exteriores do Golfo podem tentar se reunir em Riyad no domingo para discutir a crise política iemenita.

Estados do Golfo Pérsico como a Arábia Saudita, vizinha do Iêmen, estão ansiosos para ver a paz retornar ao Iêmen, um país empobrecido que luta para lidar com rebeliões internas e sede do braço da rede terrorista da al-Qaeda na Península Árabe.

Mas os manifestantes anti-Saleh, furiosos com a corrupção generalizada e a pobreza, determinados a ver Saleh responsabilizados e temerosos de serem traído por políticos da oposição, estão se impacientando com o impasse.