Saúde

Para prevenir a obesidade é preciso valorizar a refeição

22 OUT 2016 • POR • 11h13
Bruna Menegassi é Profª da UFGD, nutricionista pela Universidade Estadual Paulista - USP
"Não dá para emagrecer sem ajustar algumas coisas na nossa alimentação" afirmou a professora Mestre Bruna Menegassi, ressaltando ainda que é preciso refletir sobre os hábitos alimentares antes de sair abrindo mão de refeições, que muitas vezes são ditas como 'vilãs da boa forma'.

Para a nutricionista valorizar o momento da refeição é a melhor estratégia para alcançar resultados satisfatórios, afinal, a maneira como comemos influencia muito na nossa saúde. Ela afirma que é preciso deixar de lado esse 'combate' a determinados alimentos e até mesmo ao próprio corpo, pois isso acaba levando o individuo a aderir dietas restritivas completamente prejudiciais à saúde. "Elas trazem consequências clínicas e metabólicas desfavoráveis, desregulam a sensação de fome, apetite e saciedade, trazem pensamentos compulsivos com alimentos e peso, causam irritabilidade, letargia, mau humor, além de desencadearem episódios de compulsão alimentar e precipitarem transtornos alimentares em pessoas susceptíveis" declarou Bruna referenciando a obra "Nutrição Comportamental" de Marle Alvarenga e outros.

A professora do curso de nutrição da UFGD afirmou que para definir os melhores alimentos para uma refeição saudável, é preciso em consideração o contexto, porém é possível dar um primeiro passo aderindo a regra de ouro da 2ª edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, que recomenda fazer da base alimentar, o consumo de alimentos in natura, como o milho espiga, por exemplo, ou os minimamente processados, como por exemplo, o feijão retirado da natureza e passado pelo processo de limpeza e secagem, evitando aqueles que contêm altas quantidades de aditivos alimentares como os conservantes, corantes, dentre outros, denominados ultra processados.

Para Bruna não há necessidade de excluir do cardápio o consumo de alimentos que possam ser classificados como gordurosos, como pizzas, feijoadas, hambúrgueres, dentre outros, o que é preciso na verdade, segundo a nutricionista, é não consumir várias vezes esses tipos de alimentos, sendo desnecessário travar uma batalha contra estes, pois eles geram numa grande maioria das vezes, um ambiente de relacionamento e comunhão com aqueles que preparam e que esperam pelo alimento, o que para Bruna é fundamental existir nos momentos de refeição, gerando prazer ao alimentar-se. Outra dica também é selecionar bem ingredientes que contribuam para o preparo das refeições.

"Quando pensamos em alimentação e no preço que pagamos para comer, precisamos dispensar um pouco mais de tempo para pesquisar, conhecer os dias de promoções nos mercados e também procurar deixar de lado essa euforia por alimentos "Fit´s" ou da moda e comer o que nos satisfaz, nos faz bem e nos dá prazer, optando principalmente por preparar nossa própria comida", declarou Bruna ao falar sobre o mito de que para emagrecer é preciso ter dinheiro, como se alimentos que contribuíssem para o plano alimentar fossem caros, segundo a nutricionista pode-se criar um plano alimentar excelente e de baixo custo, basta pesquisar e procurar não idealizar certos tipos de alimentos como certos e outros como errados.

Segundo a mestre, que atualmente está realizando o dourado, em pesquisas para seu estudo observou que muitas pessoas se preocupam em priorizar somente o 'que' e o 'quanto' comem e deixando de lado o 'modo' como se come. Para ela é fundamental unir tudo isso, entendendo que o momento da refeição é fundamental à saúde e ele precisa ser valorizado.

"Fazendo uma análise prévia desses dados, posso dizer que as pessoas têm se preocupado basicamente com quantidades, tipos e porções de alimentos, horários, mas não se preocupam onde, com quem e como comem. Isso é um problema, pois existem diversas pesquisas científicas que mostram que comer em frente à TV ou ao computador, dentro do carro, com o celular ao lado, sozinho e com uma mastigação muito rápida podem levar ao sobrepeso e à obesidade", concluiu a nutricionista.