Política

Governo quer o controle da inflação, mas de olho no desenvolvimento

3 MAI 2011 • POR • 22h42
Audiência pública com o ministro Mantega teve como tema central as medidas contra inflação - Foto : Divulgação
DOURADOS - O governo federal está trabalhando para compatibilizar controle inflacionário junto com desenvolvimento, disse o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, senador Delcídio do Amaral (PT/MS), após presidir, ontem, a audiência pública com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teve como tema central as medidas que estão sendo tomadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff para controlar o processo inflacionário.

A audiência durou 5 horas e teve recorde de participações, com a presença de 38 senadores; dos quais, 17 se inscreveram para debater
com o ministro.


\"Sem dúvida o ministro Mantega mostrou muita segurança, especialmente
no que se refere ao controle da inflação, o compromisso de calibrar a economia olhando não só o processo inflacionário, mas também o
crescimento e a distribuição de renda, demonstrando que o governo dispõe de outras alternativas e não apenas taxas de juros, que
aumentam o endividamento, mas medidas macro-prudenciais, que olham a
questão do crédito, enfim, uma série de alternativas que estão sendo
colocadas em prática pelo Banco Central\", disse Delcídio.

O parlamentar acredita que o Banco Central e o governo federal estão
dando mostras claras de que o importante é compatibilizar controle da inflação com crescimento. \"Medidas, às vezes, quase que unilaterais, são fáceis. O problema é o

estrago que isso traz para a economia e para a população, mas o governo está procurando essa compatibilização de medidas que possam trazer o controle inflacionário junto com o desenvolvimento, trabalhando com tranqüilidade e serenidade, usando todos os
instrumentos para fazer com que a inflação chegue aos 4,5%, que é o centro da meta, e vamos alcançar isso por volta de março e abril de
2012, meta absolutamente realista, já considerando todo um cenário
que independe do Brasil\", declarou.

Delcídio avalia que, em função dos preços das commodities (produtos
de origem primária), o processo inflacionário não passa só pelo Brasil, mas por vários países, e, no caso brasileiro, a inflação
acontece em função de situações como a crise internacional de 2008 e 2009, a quebra na safra pelo excesso de chuva nos três primeiros
meses do ano e a adição de 25% de álcool anidro, com preço em alta por conta da entressafra, adicionado à gasolina, fator que
indiretamente proporcionou o aumento dos preços dos combustíveis, questão que deverá ser resolvida com a edição de uma Medida
Provisória para enquadrar o etanol como combustível e não mais como
produto agrícola.

\"Isso significa que o etanol passa a ser monitorado pela ANP
(Agência Nacional de Petróleo) e acredito que vamos ter condições de praticar preços mais adequados. Assim, com a safra de cana que está vindo aí, possivelmente teremos oferta maior e preços melhores. O
item combustível é importante para todos os países e espero que o preço do petróleo caia no mercado internacional, colaborando com o esforço que o governo federal está fazendo para controlar a inflação\", comentou o senador.