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Juízes em paralisação nesta quarta reclamam de corte de ponto

27 ABR 2011 • POR • 14h15
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Gabriel Wedy. - Foto: G1
Os juízes federais realizam uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira (27) para reivindicar mais segurança no trabalho e aumento salarial.

Segundo o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, a paralisação desta quarta-feira acontece em todo território nacional e pretende chamar a atenção do governo para as reivindicações dos juízes.

Uma assembléia deve acontecer em até 90 dias para avaliar a paralisação. Wedy disse que não descarta a realização de uma greve caso o governo não atenda as reivindicações.

Os magistrados pedem aumento do teto salarial de acordo com a variação da inflação e mais segurança para os juízes que julgam chefes do crime organizado. Além disso, os juízes também reivindicam direitos iguais aos garantidos a integrantes do Ministério Público Federal e aumento no número de desembargadores e de Tribunais Regionais Federais no país.

“É a categoria que vai decidir se vamos continuar negociando ou se vamos tomar uma medida mais dura. O que a maioria decidir nós vamos fazer”, afirmou.

Wedy enfatizou que, apesar da paralisação, a Justiça Federal funciona normalmente para casos de urgência , como o de presos em fase final de sentença que precisem de julgamento.

O presidente da associação também pediu mais engajamento do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, em defesa da categoria. \"É importante que o presidente Peluso, que é um grande magistrado e uma pessoa correta, assuma uma posiçao de protagonista e defenda o nosso poder judiciário como ele merece\", afirmou.

#####Salário descontado
Wedy disse que a decisão do Conselho da Justiça Federal (CJF) de descontar o dia de trabalho do salário dos magistrados que participam de paralisação nesta quarta-feira é “inadmissível”.

“Antes dessa decisão, 83% dos juízes do Brasil já estavam parados, depois dela acho que a adesão vai ser de quase 100%\", disse Wedy. \"É uma luta justa. É inadmissível que se puna o magistrado por estar lutando por sua vida, por sua segurança e por uma justiça mais rápida”, afirmou.