Saúde

Gyrotonic, mais uma opção para os adeptos de exercícios alternativos

26 ABR 2011 • POR • 14h45
Nem pilates, nem ioga, nem alongamento. O método alternativo de ginástica que está ganhando destaque nos estúdios e academias agora é o gyrotonic. Criado pelo ginasta, bailarino e iogue romeno Juliu Horvath – que esteve no Brasil no último mês ministrando workshops no Rio, em Salvador e em Belém –, o gyrotonic mistura diversos estilos com o objetivo de alongar e movimentar cada pedacinho do corpo, inclusive a coluna vertebral, corrigindo problemas posturais e até diminuindo dores. De quebra, assim como acontece com a ioga e com o pilates, fortalece e define os músculos e dá equilíbrio por trabalhar com movimentos de isometria (em que não há grande movimentação e a sustentação do peso do próprio corpo estático provoca a contração muscular). Quando feito sem os aparelhos (que se diferem dos do pilates pelos pratos giratórios, que permitem uma variação maior de alongamento), o método parece uma aula de dança em que os alunos em vez de estarem de pé, estão sentados em bancos ou deitados, pois os movimentos são suaves, mas coordenados e repetitivos. Por e-mail, Juliu Horvath respondeu algumas perguntas à Marie Claire.

MC Como veio a idéia de desenvolver o método?

JH Depois de sofrer uma lesão no calcâneo, tive que abandonar a carreira de primeiro bailarino. Então mergulhei numa intensa pesquisa focando principalmente na prática de ioga e acupuntura. Durante esse processo e observando atentamente os elementos da natureza, como as ondas do mar e os movimentos dos animais, passei a compreender melhor o funcionamento interno do corpo. Nos anos 80, abri o primeiro estúdio em Nova York, onde passei a ensinar a técnica para meus alunos, a grande maioria bailarinos.

MC Os aparelhos são parte obrigatória da prática ou a versão solo promove os mesmos resultados?

JH Além da prática com o auxílio dos equipamentos especificamente
desenhados e desenvolvidos para a vivência do método, o trabalho de
pesquisa corporal pode ser executado em aulas solo (em bancos e/ou no chão), chamadas de gyrokinesis. No primeiro nível, essa aula começa com uma automassagem e exercícios de respiração, visando despertar o corpo para a integração postural. Em seguida, evolui para os exercícios de mobilização gradativa da coluna, através dos seus sete elementos naturais de movimentação, que são: flexão e extensão, flexão lateral para a direita e para a esquerda, rotação para a direita e para a esquerda e circular. Os exercícios enfatizam o sinergismo do movimento com a respiração, criando um fluxo energético que atinge não só a musculatura e as articulações, mas também os órgãos internos do corpo.

MC Quais os principais benefícios do Gyrotonic?

JH A movimentação rítmica da coluna melhora a circulação, gera o aumento do espaço e da mobilidade articular e o alinhamento da estrutura óssea, levando a uma melhor postura e total equilíbrio. A regularidade da prática do método refina os movimentos do corpo, desenvolve sua capacidade global e potencializa suas funções, além de prevenir e recuperar lesões, desvios e disfunções músculo-esqueléticas. Além de moldar o corpo, fortalece o sistema imunológico, combate déficit de concentração e outros reflexos do stress, melhora a qualidade do sono e proporciona sensação de bem estar.

MC Ele pode ser comparado a terapias como RPG ou rolfing no que se refere a correção postural? É liberado também para quem tem problemas de coluna?

JH O RPG (reeducação postural global) é uma abordagem terapêutica que
trabalha o corpo de forma estática. O gyrotonic uma reeducação postural
global, não pelo trabalho estático mas pelo dinâmico, funcional. Sendo
assim, eu diria que é uma reedução funcional global. Como o rolfing, o
método gyrotonic também promove a liberação fascial, reequilibra os tecidos
muscular e ósseo, porém não é uma técnica de terapia manual. O acesso às
transformações e reprogramações acontecem por meio do movimento. E, sim, é indicado não apenas como método preventivo, mas também na reabilitação de lesões em geral.

MC O aparelho/método tem alguma contra-indicação?

JH Não existem contra-indicações. O trabalho respeita o limite de cada individuo. É indicado para pessoas de qualquer idade (desde crianças até a terceira idade) e das mais variadas realidades. Pode, inclusive, ser praticado por gestantes, auxiliando o restabelecimento pós-parto.