Política

Disputa para o TCE deve se acirrar nos próximos dias

25 ABR 2011 • POR • 03h56
Marisa Serrano e Arroyo disputam indicação para o Tribunal de Contas - Foto : Divulgação
Campo Grande - Os próximos dias deverão ser decisivos no processo que visa indicar o substituto de Celina Jallad (já falecida) no TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado). Passado o feriado de Páscoa, os principais atores que operam nesse campo deverão se posicionar de forma mais clara acerca do processo, que vem revestido de grandes interesses políticos, se for levado em conta que os dois nomes que até agora surgem na seara das indicações - a senadora Marisa Serrano (PSDB) e o deputado Antonio Carlos Arroyo (PR) -, têm em sua retaguarda lideranças políticas interessadas em se manter no poder estadual.

Até a véspera de Páscoa o processo se mostrava indefinido no campo das preferências sobre as duas indicações. Enquanto o grupo de Arroyo, composto por deputados republicanos, petistas e o isolado peemedebista Marquinhos Trad alardeava pelo menos oito votos a seu favor, a ala que defende o nome de Marisa para suceder Celina no TCE se articulava, mesmo que de forma mais discreta, para podar o projeto do deputado.

Nessa espécie de “batalha silenciosa”, o grupo pró-Marisa levaria vantagem, se levado em conta os supostos principais articuladores da sua candidatura: o governador André Puccinelli (PMDB) e seu grupo de apoiadores, entre eles, quatro dos cinco deputados da bancada peemedebista na Assembleia Legislativa, além de pelo menos três membros do PSDB - os parlamentares Professor Rinaldo, Dione Hashioka e Márcio Monteiro.

Além disso, deve-se levar em conta que os peemedebistas, mais do que ninguém, não querem encontrar pela frente, mais uma vez, nas duas próximas eleições (2012 e 2014), tucanos rebeldes dispostos a pôr um fim no casamento de mais de duas décadas que une as duas legendas nas disputas pela prefeitura da Capital e do poder estadual, principalmente.

#####MENOS TURBULÊNCIAS

Sem Marisa - uma das principais lideranças tucanas estaduais - à frente de qualquer um desses projetos para ameaçar a hegemonia do PMDB no Estado e em Campo Grande, avaliam peemedebistas atrelados à cúpula da legenda em MS, este último partido teria de enfrentar menos turbulências para consolidar seu próximos objetivos afim de continuar comandando os principais colégios eleitorais regionais.

E ainda, de quebra, continuaria contando com o apoio, sempre presente do tucanato estadual, já que a saída de cena da senadora, do espectro político estadual, abriria uma brecha para o tucano Antonio Russo Netto assumir a vaga em Brasília.

Se for levado por este aspecto, Arroyo, que tem feito uma verdadeira peregrinação, nos últimos dias, pelos gabinetes da Assembleia em busca de votos para migrar para o TCE, teria reduzidas, de forma drástica, as suas chances para mudar de Casa.

Análises à parte, o certo é que a partir desta semana os ânimos dos principais envolvidos na conquista da vaga no TCE deverão se acirrar, dando brecha para movimentações cada vez mais dinâmicas nos bastidores da política regional.