Operação Falsário

PF investiga falsificação de documentos em MS

27 JUL 2016 • POR • 06h00
Delegados Cléo Mazzotti e Glauber Araújo, da PF de Ponta Porã, explicam falsificação em coletiva. - Foto: Elvio Lopes
A prisão de um estrangeiro, que seria de nacionalidade chinesa, porém, afirmando ter documentação palestina, realizada pela Polícia Federal em Ponta Porã, resultou na deflagração, no início da manhã de ontem, da Operação Falsário, em duas cidades e um distrito de Mato Grosso do Sul, a Capital, São Gabriel do Oeste e o distrito de Areado, onde foram realizadas buscas e apreensões autorizadas pela Justiça Federal.


Segundo os delegados Cléo Mazzotti, chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado no MS e Glauber Fonseca de Carvalho Araújo, da PF de Ponta Porã, a fraude somente foi descoberta quando um dos beneficiados com a falsificação de documentos procurou a Delegacia da PF na cidade fronteiriça para tentar retirar passaporte e os policiais constataram que ele já tinha registro de entrada no País como estrangeiro.


O chinês de nacionalidade palestina portava certidão de nascimento falsificada, que resultou na emissão de carteira de identidade, CPF e certificado de dispensa de incorporação, como brasileiro nato, sendo autuado em flagrante por uso de documento falso e iniciadas as investigações para apurar o esquema de conseguir essa documentação em um cartório do distrito de Areado, no município de São Gabriel do Oeste.


O estrangeiro acabou informando que pagou pela documentação falsificada R$ 10 mil e também para seus pais e um irmão, totalizando R$ 50 mil.


Em Campo Grande, as buscas foram realizadas em três residências, uma das quais de um estrangeiro que seria contato para a falsificação dos documentos; de um servidor público e em São Gabriel do Oeste, no cartório onde foi falsificada a certidão de nascimento que originou a emissão dos demais documentos, que acabavam tendo credibilidade junto aos demais órgãos públicos. Na operação, cinco pessoas foram citadas como alvos das investigações.


Segundo os delegados, a certidão continha o selo notarial, porém, no livro de registro do cartório, não constava o documento, o que caracterizou a participação de um funcionário na falsificação, gerando dados falsos inseridos nos sistemas de informação.


Os delegados afirmaram que, a partir da análise dos documentos apreendidos ontem serão investigados se outros estrangeiros se beneficiaram das falsificações realizadas pela organização criminosa que vem atuando no Estado.


Segundo o primeiro estrangeiro detido, o primeiro contato para conseguir os documentos conseguiu quando entrou no País, via Uruguai e por intermédio de um amigo de seu pai, soube da pessoa que poderia viabilizar as certidões falsificadas.


O delegado Cléo Mazzotti afirmou que, neste primeiro momento, o objetivo da Polícia Federal é estancar a emissão desses documentos falsos e depois investigar a participação de outras pessoas na falsificação das certidões.