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Até 3,6 milhões de líbios vão precisar de ajuda humanitária, prevê ONU

13 ABR 2011 • POR • 23h35
Rebeldes descansam em acampamento próximo a Ajdabiyah nesta quarta-feira - Foto: AFP
A Líbia enfrenta uma crise humanitária por causa da guerra civil, e os suprimentos de comida em regiões do país não estão sendo reabastecidos de forma adequada, disse nesta quarta-feira (13) uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU).

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse mais cedo que até 3,6 milhões de pessoas na Líbia poderão necessitar de assistência humanitária enquanto os rebeldes intensificam sua luta contra o ditador Muammar Kadhafi.

\"A Líbia enfrenta uma crise humanitária depois de um nível sem precedentes de revolta e violência\", informou o Programa Alimentar Mundial (WFP, na sigla em inglês) num comunicado.

\"O futuro do sistema público de distribuição de alimentos subsidiados na Líbia é muito preocupante para o WFP e seus parceiros de segurança alimentar.\"

As agências de ajuda humanitária têm tido dificuldades para chegar até os civis nas cidades de Benghazi e Misrata, onde os moradores e os trabalhadores migrantes enfrentam escassez de alimentos básicos, falta de suprimentos médicos e fornecimento esporádico de água e eletricidade.

\"De acordo com as informações disponíveis, provenientes principalmente das partes orientais do país, a comida que há no país está sendo consumida, sem o devido reabastecimento\", disse o WFP.

\"Isso significa que provavelmente menos comida estará disponível para a população geral, assim como para os grupos vulneráveis, e o número dos que precisam de assistência alimentar pode aumentar drasticamente.\"

O WFP disse que a informação é de que os portos de Tobruk e de Benghazi, controlados pelos rebeldes, estão plenamente funcionais.

\"Há a necessidade urgente de que os navios comerciais retomem as operações a esses portos, pois isso facilitará as entregas humanitárias e as importações de itens básicos\", afirmou a agência.

Uma embarcação transportando comida suficiente para 40 mil pessoas durante um mês, fretada pelo WFP, chegou a Misrata na semana passada.

\"O acesso à Líbia ocidental está limitado e o WFP está preocupado com as áreas que não têm acesso à reposição dos suprimentos básicos\", disse, acrescentando que tenta, em conversas com a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho Líbio, organizar entregas e fornecer assistência humanitária para essas áreas.
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