Novo conflito

Três índios são baleados em área de conflito em Caarapó

12 JUL 2016 • POR • 15h00
Indígenas teriam sido baleados. Foto: Divulgação
Pelo menos três indígenas teriam sido baleados na noite de ontem em área de conflito na cidade de Caarapó. De acordo com órgão indigenista, as vítimas são um adulto de 32 anos e dois jovens, um de 15 e outro de 17 anos. Um deles estaria em estado grave, e teriam sido levados para o Hospital da Vida de Dourados.

Segundo informações da Agência Estado, os indígenas relatam que, por volta das 20h de segunda-feira as famílias estavam dançando guaxiré e rezando, quando visualizaram um trator do tipo pá-carregadeira e quatro caminhonetes rondando a área do equipamento, além de sons de disparos.

Cerca de uma hora depois, os veículos se aproximaram do acampamento. "Eles vinham bem devagarzinho. Na frente, a ‘concha’ [trator] com os faróis acesos. Atrás, as caminhonetes, de luzes apagadas. Aí eles começaram a gritaram ‘sai daí, seus vagabundos!’, e vinham na nossa direção", relata um dos sobreviventes.

"Aí desligou as luzes da ‘concha’, e ligou das caminhonetes. Foi aí que dois homens dentro da ‘concha’ apareceram e começaram a atirar, e outros das caminhonetes também saíram atirando, e a gente saiu tudo correndo", continua outro indígena, também atingido pelos tiros.

Um deles levou um tiro que atravessou o braço, outro levou um tiro no joelho e um terceiro foi baleado no braço e também o tronco, ficando alojada no tórax.

De acordo com o Midiamax, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e Fundação Nacional do Índio (Funai) estariam seguindo nesta terça-feira (12) para a área onde ocorreu um ataque. Já são sete feridos e um morto, nos últimos dois meses, na região.

Conforme o coordenador da Funai em Dourados Vander Nishijima, ao Midiamax, o fato não ocorreu na Fazenda Yvu, onde, no mês passado, o agente de saúde Clodiodi de Souza, 26 anos, foi morto, porém está localizado na mesma região.

Indígenas que sofreram o ataque afirmam reconhecer ao menos quatro dos homens que os atacaram. Segundo eles, são proprietários e funcionários de fazendas da região.