Saúde

‘Julho Verde’ alerta para câncer de cabeça e pescoço

9 JUL 2016 • POR • 06h00
Médico cirurgião de cabeça e pescoço Rafael Susin, alerta para o diagnóstico precoce que pode salvar vidas. - Foto: Marcos Ribeiro
A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço lança, na macroregião de Dourados, o "Julho Verde", campanha Nacional que visa conscientizar a população sobre os tumores malignos da cabeça e pescoço, os principais fatores de risco e como preveni-los.


Segundo o médico responsável pela campanha em Dourados, Rafael Susin, o próximo dia 27 foi definido como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço, data na qual inúmeras entidades reúnem esforços para informar a população sobre os perigos das doenças malignas dessa região. Neste dia, panfletos informativos serão distribuídos na Praça Antônio João, além de atendimentos para esclarecimento de dúvidas com o apoio dos acadêmicos de medicina da UFGD.


Para Rafael, é notório que hábitos de beber e fumar multiplicam em até 20 vezes o desenvolvimento de algum tipo de câncer de cabeça e pescoço, porém a infecção pelo papilomavírus (HPV) tem contribuído, nos últimos anos, com o aumento na incidência desta doença.


"A infecção pelo HPV é um importante fator para o desenvolvimento do câncer de faringe. Uma das formas de contágio é por meio da prática do sexo oral e em pessoas com múltiplos parceiros sexuais", explica o médico.
Segundo ele, entre os sintomas preocupantes, estão nódulo persistente no pescoço, principalmente quando não desaparece espontaneamente em até 21 dias, é endurecido e cresce progressivamente, lesão na boca que não cicatriza espontaneamente em até 21 dias, e rouquidão por mais de três semanas, em especial, em fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas.


"Esses sintomas servem de alerta para a procura com urgência de um médico cirurgião de cabeça e pescoço, já que podem ser indicativos da doença", alerta, observando que o diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para a cura.


Segundo Susin, estudos epidemiológicos demonstram que a infecção pelo HPV já é a principal responsável pelo crescimento de tumores na região da faringe nos Estados Unidos. O que é ainda mais preocupante é que atinge preferencialmente indivíduos jovens (menores que 45 anos) sem exposição ao cigarro e álcool.


Atualmente, a análise dos pacientes tratados no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, revela taxas de cura superiores a 90%, em casos de câncer de laringe diagnosticados precocemente, contra 27% para pacientes diagnosticados em estágio avançado, ou seja, quando o tumor tem grandes proporções e/ou quando há a presença de linfonodos metastáticos no pescoço.


Segundo o levantamento do INCA, o câncer de boca, laringe e demais sítios é, hoje, o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata, com mais de 18 mil casos diagnosticados anualmente no Brasil. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas.