Prisão

Garras prende integrantes do grupo ‘novo cangaço’

2 JUL 2016 • POR • 06h00
Artefatos explosivos e os delegados Fábio Peró, Edilson Santos e Francis Flávio, durante coletiva. - Foto: Elvio Lopes
O Grupo Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras), apresentou, na tarde de ontem, quatro dos integrantes da organização criminosa denominada "novo cangaço", que vem agindo em diversos estados do País em roubos a caixas eletrônicos, agências bancárias e carros-fortes, acusados de participação no assalto ao Banco do Brasil de Sonora, cidade localizada na região norte do Estado, de onde foram levados R$ 795 mil após explosão das paredes do prédio e do cofre-forte da agência.


Foram presos José Ronaldo dos Santos, o "Aldo", de 40 anos, em Várzea Grande (MT), acusado de fornecer uma caminhonete Mitsubishi L-200 para o assalto; Wellington Xavier de Campos Paulucci Vieira, o "Boi", de 37 anos, acusado de planejar e executar o assalto; Márcio Rodrigues da Costa, o "Schrek", de 38 anos, que deu apoio ao assalto na direção de um dos veículos e de posse do qual foi apreendida grande quantidade de explosivos e Wemerson Felipes Alves, de 32 anos, o "Biba", que planejou e executou o assalto.


Também foram identificados como integrantes da quadrilha Bruno Saraiva Mota de Souza, de 32 anos, o "Mezenga"; Ronalth Correria Coelho, de 35 anos, o "Bebezão", "Pernambuco", ou "Paraíba" e Waldir Fabriciano Duque, de 32 anos, o "Xita", "Tarzan", ou Marcelo, que executaram o assalto em Sonora, ocorrido às 2h30 da madrugada de 18 de abril passado, quando os criminosos se dividiram em três ou quatro grupos, dois dos quais permaneceram em frente às polícias Militar e Civil, efetuando disparos com armas de grosso calibre para evitar movimentação policial contra o assalto, que durou cerca de 40 minutos.


Depois de explodirem as paredes do prédio e o cofre-forte da agência do Banco do Brasil, os sete criminosos fizeram dois moradores que estavam passando de carro pela avenida, de reféns, obrigando-os a carregarem os malotes com o dinheiro e depois os colocaram na carroçaria da caminhonete Hilux de cor vinho, com a qual fugiram, abandonando as vítimas na saída da cidade. Na fuga, os criminosos atiraram contra funcionários da CCR MSVia, mas não feriram ninguém.


Os criminosos foram apresentados em coletiva concedida pelos delegados Fábio Peró e Edilson Santos, do Garras e Francis Flávio, de Sonora, que explicaram sobre as investigações, que começaram com a identificação de "Aldo" e, na sequência, dos outros três envolvidos, que já estão com prisões preventivas decretadas pela Justiça. Ontem mesmo eles seriam encaminhados ao Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.


Segundo os delegados, dos integrantes presos, "Aldo" possui condenação por roubo na modalidade "novo canganço" em Aripuanã (MT) em 2010; "Boi", por assalto a banco de Campo Novo do Parecis (MT) e cumpria pena no regime semiaberto em Cuiabá (MT) e "Biba", tem condenação por assalto ao Banco do Brasil de Nova Mutum (MT), em 2009 e estava em liberdade condicional.


A quadrilha vem agindo há cerca de uma década em Mato Grosso, Pará, Tocantins e Goiás e, mais recentemente em Mato Grosso do Sul e, após os assaltos, dividem o dinheiro e cada um vai para sua cidade de origem, onde permanece até ser "convocado" para outra ação. Eles escolhem as cidades com boa movimentação econômica e geralmente nas divisas entre estados, segundo os delegados.


A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul contou com a colaboração de organismos policiais e de inteligência de outros estados para identificar a quadrilha. As investigações prosseguem para tentar identificar os outros participantes do assalto, além dos sete flagrados pelas câmeras de segurança do banco.


No dia seguinte ao assalto em Sonora, os policiais apreenderam os veículos Fiat/Strada e GM/Ônix, abandonados em um canavial à margem da BR-163 e, em poder dos criminosos, foram apreendidos uma caminhonete Mitsubishi L-200, utilizada para dar fuga ao bando; outro veículo, um VW/Fox, comprado por um dos integrantes do bando e os explosivos encartuchados, com os respectivos artefatos, que poderiam ser utilizados em pelo mais cinco ações contra bancos.


O delegado-Geral de Polícia Civil (DGPC), Marcelo Lopes Vargas também acompanhou a coletiva, mas não quis participar da mesa de apresentação sobre as prisões.