Fraude

Cunha recebeu R$ 9,4 milhões em propina por obra em MS, diz delator

1 JUL 2016 • POR • 18h00
Fábrica de celulose da Eldorado Brasil em Três Lagoas - Foto: Arquivo
O ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto revelou em delação premiada que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha PMDB-RJ), teria recebido cerca de R$ 9,4 milhões em propina na captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil junto ao Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) para construção da fábrica de celulose de Três Lagoas.

Em depoimentos prestados à PGR (Procuradoria-Geral da República ), Fábio Cleto disse, que o valor pleiteado inicialmente foi de R$ 1,8 bilhão para obras da unidade, mas acabou reduzido para R$ 940 milhões. Nesse caso, Cleto disse acreditar que Cunha tenha recebido valor superior a 1% como comissão, ou seja, cerca R$ 9, 4 milhões.

O delator contou que a negociação do aporte foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele num jantar em sua casa pelo operador do mercado financeiro Lúcio Bolonha Funaro, preso nesta sexta-feira (1).

A fábrica da Eldorado Brasil em Três Lagoas, construída em dois anos, começou a produzir em novembro de 2012. Na época, a inauguração foi festejada por autoridades do Estado e, inclusive, contou com a presença do então vice-presidente Michel Temer e representantes do grupo J&F, que também controla a Friboi.

A unidade tem capacidade para produzir 1,5 milhão de tonelada de celulose por ano, total que deve ser alçando no próximo ano. Até então, a maior fábrica tem potencial de produzir 1,3 milhão de tonelada. Em 2017, deve ser aberta mais uma linha de produção. Em 2020, será ativada a terceira linha. Em 2021, a meta é alcançar 5 milhões de toneladas de celulose por ano. (Campo Grande News)