Conjuntura

Tambor

2 JUL 2016 • POR • 06h00
Tem gente que pode lançar oficialmente sua candidatura a prefeito num dia e no outro amanhecer entre grades de alguma penitenciária de Mato Grosso do Sul. Essa informação circula livremente pela internet e cita até a autoridade policial que fez tal alerta. Talvez seja por isso que figura interessada no cargo tem pedido mais tempo para dar resposta aos mais afoitos.


Consulta aos búzios, tarô e até à Mãe Dináh, se viva fosse, não pode ser desprezada num momento delicado como esse. Afinal, prevenir é bem melhor do que remediar.

##### Turbulência


O desarquivamento de processos investigativos que adormeciam nos escaninhos do Ministério Público Estadual pode trazer à tona uma enxurrada de ações contra gente que enriqueceu-se às custas do dinheiro do povo. A nova direção do órgão quer que tudo venha às claras, doa a quem doer. Tal procedimento pode mexer com figuras exponenciais e que ocupam posições estratégicas em órgão no Parque dos Poderes.


Em tempos de Lava Jato, a maior e mais séria operação anticorrupção do país, é melhor não brincar com fogo.

##### Batom


Pelo jeito, as mulheres saem na frente em relação às eleições municipais de outubro. Em Dourados, segundo maior colégio eleitoral do Estado, a republicana Délia Razuk permanece confortável à frente dos seus adversários diretos. Em Fátima do Sul não é diferente. Hilda Machado, outra candidata do PR, também ganha status de favorita para assumir a prefeitura da cidade.


Na Capital, a tucana Rose Modesto vem tendo boa aceitação e pode ser a sucessora de Bernal (PP). Isso, sem contar outros municípios onde elas se destacam.

##### Piorou


O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou na quinta-feira (30) para o juiz Sérgio Moro, da primeira instância, uma investigação sobre o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) relacionada com a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006.


Em 2014, o TCU (Tribunal de Contas da União) calculou um prejuízo de US$ 792,3 milhões no caso. Delcídio é suspeito de receber propina no negócio e é investigado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

##### Foro


Como foi cassado pelo Senado em maio e perdeu o mandato, Delcídio também ficou sem o chamado "foro privilegiado", o direito de ser investigado e julgado no STF. O inquérito foi aberto em dezembro do ano passado a partir da delação premiada do lobista Fernando Baiano.


Ele contou que repassou entre US$ 1 milhão a US$ 1,5 milhão em espécie e em várias parcelas a um amigo de Delcídio, quando o ex-senador concorreu ao governo de Mato Grosso do Sul em 2006.