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Butantan diz que enviou quantidade certa de vacina para Capital

30 JUN 2016 • POR • 09h49
Em Campo Grande a prefeitura diz que as 196 mil doses da vacina contra a gripe H1N1 enviadas pelo Instituto Butantan para a campanha de vacinação deste ano, renderam somente 193 mil doses, 3 mil doses teriam sumido. A entidade, entretanto, descartou a possibilidade de que os frascos produzidos sob controle tenham sido enviados com quantidade menor de vacina.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Câmara de Vereadores da cidade para investigar a falta de vacinas contra a gripe em Campo Grande na campanha deste ano ouviu nesta quarta-feira (29), o representante do instituto que produz as doses. É que o município havia alegado que os frascos renderam menos, mas o diretor do Butantan, Marcelo de Franco, garantiu que não.

Ele foi categórico, o frasco de vacina H1N1 rende, no mínimo, 10 doses. Nunca menos que isso. Franco explicou que a entidade é fiscalizada pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determinam que cada frasco de vacina contenha 5 ml.

"Em algumas situações quando se vai tirar 0,5 ml, não se consegue, pelo fato da seringa não ser bem precisa e então acaba se retirando a mais, 0,6 ml, ou a menos, 0,4 ml, então às vezes, um frasco rende 11, 12 ou 9, 8 doses. Isso pode acontecer, mas por erro do gesto de vacinação, da pessoa que está tirando a dose do frasco, nunca por falta da quantidade mínima que é de 10 doses no frasco", afirmou o diretor.

Em maio, a secretaria de Saúde de Campo Grande (Sesau), afirmou que os frascos estavam rendendo 8 doses, 9 no máximo. Neste ano, Campo Grande recebeu 196 mil doses da vacina. A prefeitura afirma que 193 mil doses foram aplicadas. A CPI da Câmara de Vereadores quer saber onde foram parar essas 3 mil doses.

O presidente da Comissão Parlamentar, vereador Alex do PT, diz que recebeu denúncias de compra e venda de vacinas. "Nós recebemos denúncias de pessoas anônimas que apontam que houve venda de vacinas. Não nas unidades [saúde], mas por pessoas que estavam comercializando as doses de vacina", afirmou.

O controle da vacinação é feito por meio de um sistema online, digitando informações em um computador, mas, segundo a secretaria estadual de Saúde, o funcionário da unidade de saúde não precisa informar o nome da pessoa que foi vacinada, apenas indicar o grupo de risco do qual essa pessoa faz parte.

"É um sistema quantitativo, então, eu não tenho como capturar a informação de qual foi a pessoa vacinada e a qual grupo ela pertence. Eu apenas tenho a informação de que naquele grupo foi vacinada uma quantidade 'x' de pessoas", explicou a coordenadora de Imunização da secretaria estadual de Saúde, Katia Mougenot.

A prefeitura de Campo Grande afirma que abriu uma sindicância para apurar essa diferença de 3 mil doses. Na sexta-feira, a CPI da Câmara deverá se reunir por videoconferência com o Ministério da Saúde.