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Aeroporto de R$ 15,6 mi é 'retomado' pela natureza

29 JUN 2016 • POR • 07h38
Homem como moto espanta os cavalos na pista do aeroporto de Porto Murtinho, na sexta-feira passada - Foto: Edicarlos Oliveira/Arquivo Pessoal
O aeroporto de Porto Murtinho, na região sudoeste de Mato Grosso do Sul, vive uma situação de abandono. Inaugurado em 2009 com investimento de R$ 15,6 milhões da União e do governo estadual, o local foi liberado para operação só em 2014, quando a Secretaria de Aviação Civil (SAC) homologou a estrutura e entregou a administração à prefeitura. O prefeito Heitor Miranda dos Santos (PT) nega o abandono e diz que os problemas são pontuais.

A área em torno da pista está tomada pelo mato alto. A única edificação instalada na estrutura e que serviria de apoio para quem chega ao local, já que o aeroporto não tem receptivo, está com várias telhas quebradas e uma parte da cerca caiu, possibilitando o acesso de animais à própria pista do aeródromo, o que acaba colocando em risco a vida de quem se aventura a pousar ou decolar do local. Ao G1 MS:

"Na sexta-feira passada, um produtor rural que ia pousar no aeroporto teve que ligar antes para seus funcionários na cidade e pedir para que eles fossem até o local espantar os animais que estavam na pista, porque senão ele não teria condições de descer com o avião. E eles fizeram isso, entraram com uma caminhonete dentro da pista e tocaram alguns cavalos que estavam lá", afirmou o radialista e vereador Edicarlos Oliveira (PSDB).

"Se ocorreu, faz pouco tempo [queda da cerca] e se animais entraram na pista, foi um caso pontual, não ocorre frequentemente", afirmou, completando que determinaria para que o secretário de Obras do município recuperasse a cerca e providenciasse a limpeza do entorno da pista.

O prefeito reconheceu, entretanto, que o aeroporto não é prioridade para o município. "Somos um município pequeno, não temos como cuidar do aeroporto, para isso precisamos de uma parceria com a iniciativa privada para transformar a estrutura em um aeródromo para o Mercosul, o que vai alavancar o turismo e a economia da região. Enquanto não conseguimos isso fica difícil. Temos que priorizar investimentos em áreas como saúde e educação", admitiu Heitor Miranda.