Caarapó

Comissão de deputados vai à região de conflito dar apoio

20 JUN 2016 • POR • 16h16
Os deputados estaduais Eduardo Rocha (PMDB) e Mara Caseiro (PSDB), integrantes da Comissão Permanente de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas, e o 1º secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Zé Teixeira (DEM), se reuniram com os produtores rurais de Caarapó que tiveram as propriedades ocupadas por indígenas na semana passada.

Segundo Zé Teixeira, a reunião foi para dar apoio aos produtores. "Ouvimos todas as lamentações. A União tem que por o freio porque a situação está muito feia, uma total desordem", disse. A reunião foi realizada no Sindicato Rural do município que fica a 264 quilômetros da capital sul-mato-grossense, na manhã desta segunda-feira (20).
No dia 14 de junho, um confronto entre fazendeiros e índios, na Fazenda Ivu, terminou com a morte do agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, outros seis feridos e três policiais militares feridos.

Dos seis índios feridos no conflito com produtores rurais em Caarapó, dois receberam alta médica no fim de semana. Um estava internado na unidade de saúde do município e o outro no Hospital da Vida, em Dourados. Quatro permanecem internados, sendo que um deles teve complicações e fez nova cirurgia.

Fazendeiros conseguiram retirar animais, implementos e máquinas das áreas ocupadas na tarde do último sábado (18), com escolta das Forças de Segurança. A ação é resultado de um acordo com indígenas por meio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério Público Federal (MPF). Os índígenas fizeram barreiras na entrada de uma das áreas, mas os bens foram levados para outras propriedades.
No sábado, os trabalhos de perícia da PF começaram com reunião no Batalhão da Polícia Militar (PM) para definição de estratégias. Em seguida, um comboio com veículos da Força Nacional seguiram para a Fazenda Ivu, incluindo uma equipe da PF especializada em perícias.
Conflito
No confronto, os produtores rurais tentavam retomar a Fazenda Ivu, que foi ocupada pelos índios no domingo (12). Quatro dias depois, os indígenas ocuparam outras áreas rurais que são de propriedade de pequenos produtores. As áreas são usadas para criação de gado e lavouras de milho e feijão.

Produtores
Produtores estão preocupados com a situação. O sitiante Dijames José Emerenciano Filho saiu às pressas quando soube da invasão. Dois dias depois voltou à propriedade e disse que ficou triste com o que encontrou.

Dijames está entre outros pequenos produtores que moravam nos sítios e não têm casa na cidade. Ele, por exemplo, está na casa de parentes. Mas, além de moradia, outra preocupação é com a lavoura. Ele ainda não sabe se vai conseguir colher o milho que plantou.

Morte

Claudione Souza foi morto a tiros no local do confronto. Ele foi enterrado no mesmo local na quinta-feira (16). Outros seis índios foram baleados e estão internados. Três passaram por cirurgia, não há previsão de alta e nem risco de morte.

A Polícia Federal (PF) investiga o confronto. Vídeos feitos pelos indígenas vão ajudar na investigação que tem por objetivo identificar os envolvidos.

Três policiais que foram à fazenda junto com o Corpo de Bombeiros para fazer o socorro dos indígenas feridos ficaram reféns dos índios, foram feridos e tiveram armas e coletes balísticos tomados.

Segurança

Por conta do clima de tensão na região, o governo do estado pediu ao Ministério da Justiça a Força Nacional de Segurança Pública. Os policiais começaram a atuar em Caarapó na quinta-feira (16).