Epidemia de Gripe H1N1
18 JUN 2016 • POR • 06h00Na geografia da gripe H1N1, a Região Sudeste lidera o volume de casos confirmados com 2.280 ocorrências, sendo que 1.926 registros ocorreram somente no Estado de São Paulo. Os demais casos estão espalhados geograficamente da seguinte forma: Rio Grande do Sul (650 casos); Paraná (568); Goiás (265); Mato Grosso do Sul (271); Pará (150); Rio de Janeiro (141); Espírito Santo (124); Santa Catarina (121) e o Distrito Federal (105). Em relação ao número de mortes por complicações do H1N1, o Estado de São Paulo também lidera com 402 óbitos, seguido por Rio Grande do Sul, com 105 mortes; Paraná, com 72 ocorrências fatais; Goiás, com 46 óbitos; Rio de Janeiro, com 42 mortes; Mato Grosso do Sul, com 52 ocorrências fatais; Santa Catarina, com 28 óbitos; Espírito Santo, com 26 mortes; Minas Gerais, com 23 ocorrências fatais; Pará, com 21 mortes; Bahia, com 19 óbitos; Pernambuco, com 14 e o Distrito Federal 12 ocorrências fatais. O fato do vírus estar espalhado por todo o Brasil deveria mobilizar os organismos de saúde para uma cruzada contra essa doença que avança sobretudo sobre pacientes crônicos, idosos e crianças, mas o que se enxerga neste momento é um descaso com o problema.
Por outro lado, parte da população que tem direito à vacina por pertencer ao grupo de risco de vulnerabilidade para a gripe influenza A não chegou nem mesmo a procurar os postos de saúde para receber a imunização. Tanto que cinco Estados não conseguiram alcançar a meta de vacinar pelo menos 80% do público-alvo, fazendo com que a campanha atingisse 92% da meta estipulada para cobertura, imunizando 45,7 milhões de pessoas. Ficaram sem atingir a meta nacional os Estados do Acre, que vacinou 73.9%; Roraima, com imunização de 75,4% do público alvo; o Piauí, com vacinação de 74,1%; o Rio Grande do Norte, com 78,3% e Mato Groso, que atingiu apenas 76,8% das crianças de 6 meses até 5 anos incompletos, pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores da área de saúde, povos indígenas, gestantes, mulheres que tiveram filhos há no máximo 45 dias, presos, funcionários do sistema prisional e pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis. Fica claro, portanto, que muitos casos poderiam ter sido evitados se todo público alvo tivesse atendido ao chamamento do Ministério da Saúde e procurado os postos de saúde para receber a vacina.
Ainda que a campanha tenha imunizado 45,7 milhões de pessoas, para uma meta de 49,8 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos de maior risco de complicação pela doença, fica patente a necessidade de o Ministério da Saúde repensar suas ações para o próximo inferno, já que qualquer medida que for tomada agora não será viável para este ano em virtude da problemática de logística para licitação, produção, distribuição e vacinação de toda população. É fato que a escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), priorizando os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias uma vez que a vacinação reduz entre 32% e 45% o número de internações por pneumonias e de 39% a 75% o volume de mortalidade por complicações da influenza, mas o governo federal precisa reservar recursos no Orçamento Geral da União (OGU) de 2017 para imunizar toda população brasileira contra o influenza A, mesmo porque esse vírus já demostrou sua letalidade, tirando a vida de quase nove centenas de pessoas.