CONFLITO EM CAARAPÓ

Reunião define que indígenas não irão ocupar outras fazendas

17 JUN 2016 • POR • 13h23
Reunião aconteceu de portas fechadas na manhã de hoje - Foto: Helio de Freitas/Campo Grande News/Reprodução
Ficou definido na reunião entre fazendeiros, secretário de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, e o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), que os indígenas não vão ocupar novas fazendas, mas vão permanecer nas que estão. A reunião aconteceu de porta fechadas na manhã desta sexta-feira (17) em Dourados, distante 233 km de Campo Grande.

A informação é do presidente interino do Sindicato Rural de Caarapó, Carlos Eduardo Macedo Marquez. "Estivemos com o procurador federal, Marco Antônio Delfino e eles nos disse que os indígenas não vão ocupar outras fazendas de Caarapó".

Conforme o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) os produtores estão cansados desses acontecimentos, já que as terras foram compradas por eles há 50 anos. "Se não tiver nenhuma solução, os produtores rurais do Paraná e outros Estados virão para Mato Grosso do Sul apoiar os fazendeiros daqui".

O secretário de segurança José Carlos Barbosa, segue para Ponta Porã para se reunir com Ministro da Defesa, Raul Jungmann. A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com o procurador, que alegou que vai divulgar uma nota sobre a reunião, até a tarde de hoje.

Segundo os guarani-kaiowá, o presidente do Sindicato Rural, Antônio Maran seria um dos líderes do ataque ocorrido terça-feira (14) de manhã na fazenda Yvu, quando sete índios ficaram feridos e o agente de saúde indígena Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos, 26, morreu após ser atingido por tiros.

Entenda o caso – O Campo Grande News passou dois dias na área de conflito e ouviu relatos de dezenas de índios sobre o ataque que teria sido praticado por fazendeiros e funcionários na manhã de terça-feira.

Ontem à tarde, o corpo de Clodioudo foi enterrado na fazenda Yvu, no mesmo local onde, segundo os índios, ele caiu ferido. A cerimônia fúnebre durou mais de três horas e foi marcada por protestos por mais segurança na área e pela demarcação do território indígena.

Também houve um momento de tensão, quando um helicóptero sobrevoou a sede da fazenda, a menos de 200 metros do local do enterro, e os índios chegaram a sair correndo com o caixão nos braços, temendo um novo ataque.