clima tenso

Polícia recomeça negociação em área de conflito em Caarapó

15 JUN 2016 • POR • 09h56
Clima continua tenso em área de conflito na cidade de Caarapó Foto: CIdo Costa/Dourados Agora
Policiais retomaram na manhã desta quarta-feira (15) as negociações na área de conflito entre indígenas e fazendeiros na cidade de Caarapó. Estão no local equipes da Polícia Militar e da Polícia Federal.

No confronto de ontem o indígena Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos, 20 anos, filho do vice-capitão da reserva, Leonardo Isnardi, morreu após ser atingido a tiros. Outros cinco índios também foram baleados, entre eles uma criança de 12 anos.

De acordo com o tenente Alan Regis, comandante da PM em Caarapó, uma varredura está sendo feita no local do confronto na tentativa de recuperar as armas dos três policiais que foram mantidos reféns pelos índios.

Os agentes foram pegos por um grupo de aproximadamente 50 indígenas quando chegaram ao local para escoltar o Corpo de Bombeiros que fazia atendimento de socorro às vítimas atingidas a tiros. Estão em posse dos indígenas três pistolas e uma espingarda calibre 12, além de coletes.

O clima no local ainda é tenso e não está descartado que mais índios estejam feridos. Após o confronto, grupos de indígenas se dispersaram pela fazenda Ivu, ocupada desde domingo. Os índios acusam os fazendeiros de chegar atirando. Por outro lado, produtores rurais alegam que foram os indígenas que iniciaram o confronto, ao fazer intimidação e ameaças.

O tenente Alan Regis disse que a PM de Caarapó conta com o apoio da PM de Dourados, do DOF, da PRF e da Polícia Federal. "O clima continua tenso", afirmou.

A Polícia Federal será responsável por investigar o conflito. Até agora não há informação sobre o grupo de produtores rurais envolvido na 'guerra'.

Funai

A Funai, em nota, lamentou a morte do agente de saúde indígena Clodiode e a situação dos cinco indígenas adultos e de uma criança, todos feridos em estado grave em decorrência de ataque sofrido na Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I.

A instituição manifesta sua solidariedade ao povo indígena Guarani Kaiowá e o compromisso de atuar na mobilização das autoridades de segurança objetivando a apuração de responsabilidades pelo óbito e pela lesão aos indígenas que se encontram feridos.

Informou ainda que a instituição está em diálogo com o Ministério da Justiça, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal para uma intervenção na contenção do conflito na região.

A fazenda Ivu, palco do conflito, estaria entre as terras em análise de demarcação instituído pela Funai.