CUNHA

Conselho de Ética vota hoje a cassação de Eduardo Cunha

14 JUN 2016 • POR • 07h58
Eduardo Cunha. - Foto: Divulgação
Está marcada para às 14h30 desta terça-feira (14) a reunião do Conselho de Ética da Câmara que pode selar o futuro do presidente afastado da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O peemedebista é alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar por ter mentido à CPI da Petrobras, quando negou ter contas no exterior — o que foi comprovado pela Lava Jato.

O processo que pede a cassação de Cunha já teve parecer favorável do relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO). Os deputados que fazem parte do colegiado tentam votar o texto desde o dia 1º de junho, quando Rogério apresentou sua posição.

Uma série de manobras, porém, impede a votação do processo, que já se arrasta há sete meses. Na semana passada, o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), disse que não havia mais o que protelar.

— Eu acho que terça-feira nós acabamos esse processo que já dura sete meses; acho que não tem mais por que adiar esse processo.

Apoiador de Cunha, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) cobra uma solução para o impasse.

— Nós estamos vivendo em um momento na Casa de instabilidade. É necessário que tenhamos esse assunto resolvido, a governabilidade na Casa, para dar tranquilidade ao Parlamento e à sociedade brasileira.

O colegiado possui 21 parlamentares, que vão decidir o futuro de Eduardo Cunha. Conforme os últimos cálculos e as últimas votações, o placar está 10 a 9 contrários à cassação do peemedebista.

O voto da deputada federal Tia Eron (PRB-BA), que ficou com a vaga que pertencia ao antigo relator Fausto Pinato (PP-SP), deverá decidir a votação. Na última terça-feira (7), porém, ela foi a única dos titulares do colegiado a não comparecer à reunião.

Caso Tia Eron não vá na próxima terça, o direito ao voto passa para o primeiro suplente do bloco parlamentar da deputada que marcar presença.

Entre os suplentes, há deputados a favor e contra a cassação de Cunha, o que pode gerar uma corrida para ver quem será o primeiro a chegar.

O deputado Leo de Brito (PT-AC) acusa o governo de pressionar a deputada para inocentar Eduardo Cunha.

— Temos inclusive uma pressão que vem do Planalto em torno do voto da deputada Tia Eron, que pode salvar Eduardo Cunha, e também essa manobra que está sendo feita na CCJ para que, no Plenário, ele tenha ou uma pena branda ou seja literalmente absolvido.

Brito se referia ao relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL), sobre a consulta relativa ao rito de cassação de parlamentares no plenário da Câmara.

O líder do governo, deputado Andre Moura (PSC-SE), negou qualquer interferência da Presidência da República no Conselho de Ética da Câmara.

Em nota, a deputada Tia Eron não revelou seu voto. Apenas enfatizou que não iria deixar de cumprir com seu dever.