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Câmara italiana quer evitar julgamento de Berlusconi em 'Rubygate'

5 ABR 2011 • POR • 16h35
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, ao deixar o tribunal jna semana passada, em Milão - Foto: AP
A Câmara dos Deputados italiana, composta por maioria de direita, aprovou nesta terça-feira (5) uma resolução para evitar que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi seja julgado pelo tribunal de Milão (norte) por prostituição de menor e abuso de poder no caso envolvendo a jovem Karima El Mahroug, conhecida como Ruby. A resolução também pede que o caso passe a ser julgado pelo tribunal de ministros.

Com 12 votos a favor, a Casa aprovou um dispositivo enviado à Corte Constitucional para \"destacar um conflito de atribuição\" no caso conhecido como \"Rubygate\". Mesmo assim, o processo será aberto nesta quarta-feira (6), como havia determinado a justiça italiana. Mas já na primeira audiência os juízes deverão decidir sobre a suspensão ou não do processo, à espera de uma resposta definitiva da Corte Constitucional.

Berlusconi, 74 anos, é acusado de ter pagado pelos serviços sexuais da jovem marroquina conhecida como Ruby quando ela tinha 17 anos, e de ter atuado junto à polícia de Milão para obter a libertação da jovem, depois que ela foi detida por roubo em 27 de maio de 2010.

A proposta da Câmara provocou um duro debate no Parlamento, já que a direita conservadora considera que os juízes de Milão não são competentes para julgar Berlusconi e que o caso deve passar ao tribunal de ministros, um colegiado de magistrados formado para a ocasião.

Para a maioria conservadora, Berlusconi estava convencido de que Ruby era a sobrinha do então presidente egípcio Hosni Mubarak e queria manter as boas relações com este país quando agiu pessoalmente para obter a libertação da jovem. (G1)