Operação

Irmãos empresários eram chefes de tráfico internacional

9 JUN 2016 • POR • 17h05
A maior parte dos lucros do crime passava por um "testa de ferro". Foto: Campo Grande News
Três irmãos empresários de Campo Grande são apontados como chefes do narcotráfico internacional, de acordo com a Polícia Federal. De acordo com o Campo Grande News, dois deles foram presos na cidade e um no Estado de São Paulo. No total, 17 pessoas foram detidas, 30 veículos de luxo e 10 armas aprendidas durante a Operação Nevada, desencadeada na manhã desta quinta-feira (9), para desarticular a quadrilha de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro.

Os criminosos atuavam na Capital, Bonito e Bodoquena, além de cidades dos Estados de São Paulo e Mato Grosso. A maior parte dos lucros do crime passava por um "testa de ferro", proprietário da Inove Veículos, garagem de compra e venda de veículos, na Avenida Rodolfo José Pinho, que já movimentou R$ 14 milhões. Ele também foi preso nesta manhã.

Durante coletiva realizada na sede da PF, os delegados Leonardo Mazotti e Fabrício Martins Rocha explicaram que o "testa de ferro" era quem fazia as movimentações para lavar o dinheiro. O esquema funcionava assim: a quadrilha encomendava a droga da Bolívia, que vinha de avião. O entorpecente era lançado pela aeronave em propriedades rurais de Bodoquena e Bonito. Membros da quadrilha eram responsáveis por pegar a cocaína e deixar armazenada nas imediações

Depois disso, o entorpecente era levado em caminhões e carros de passeio por estradas rurais com destino a São Paulo, onde já tinha um comprador. "O que chama a atenção e o "testa de ferro" que declarava a renda mensal de R$ 6,5 mil. No entanto, de 2011 a 2014, o dono da garagem chegou a movimentar três contas em seu nome no valor de R$ 14 milhões", dizem os delegados.

Como funcionava - O delgado Mazotti explicou que todo dinheiro era investido em imóveis de alto padrão e veículos de luxo, porque depois eram revendidos sem levantar suspeita. O "testa de ferro", por exemplo, chegou a comprar dois carros no valor de R$ 600 mil cada, para depois passar para frente. A quadrilha declarava uma renda anual de R$ 60 mil, porém o patrimônio deles foi avaliado em R$ 4 milhões.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela PF. Segundo o delegado, o processo está em segredo de Justiça. O objetivo é sufocar a quadrilha na questão financeira. O próximo passo será sequestrar os imóveis de luxo, inclusive a Justiça já decretou a disponibilidade desses bens.