MICHEL TEMER & EDUARDO CUNHA

Temer negou ação para salvar Cunha, diz líder do DEM

9 JUN 2016 • POR • 16h17
Michel Temer. - Foto: Divulgação
O presidente em exercício, Michel Temer, negou nesta quinta-feira (9), em reunião no Palácio do Planalto com líderes de sua base aliada, que tenha ocorrido qualquer ação do governo, no Conselho de Ética da Câmara, para tentar salvar o mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM).

De acordo com Avelino, Temer o autorizou a dizer que o governo "não é uma ação entre amigos."

Também presente ao encontro, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), negou que Temer tenha tratado do caso Eduardo Cunha na reunião.

"Não cabe isso até porque é um assunto da economia interna da Câmara dos Deputados. O presidente dirige o Executivo, não tem por que procurar o presidente da República, que já tem as tarefas dele absolutamente definidas, para ter envolvimento na economia interna da Câmara", afirmou.

Adversários de Cunha alegam ter havido um acordo entre o Planalto e o PRB para impedir que a deputada Tia Eron (PRB-BA) vote na sessão da próxima terça (14) do Conselho de Ética na qual será analisado o relatório que pede a cassação do peemedebista.

Considerada um voto decisivo na apertada disputa entre aliados e opositores do presidente afastado da Câmara, a parlamentar do PRB foi a única titular do Conselho de Ética que não compareceu à sessão na qual seria votado o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

"O que o presidente [Temer] disse é que não há qualquer interferência do governo na questão Cunha com o Legislativo. Não há qualquer interferência. E mais. Ele tem dito e me autorizou a dizer o seguinte: 'O governo dele não é ação entre amigos'", relatou Pauderney Avelino após o encontro com o presidente em exercício no Palácio do Planalto.

O voto de Tia Eron, que ainda não declarou publicamente se é a favor ou contra a cassação de Eduardo Cunha, é importante porque pode mudar o placar no Conselho de Ética.

Pelos cálculos de adversários de Cunha, se ela votar contra o relatório que recomenda a cassação de Cunha, o placar deverá ficar em 11 votos a 9 a favor do presidente afastado da Câmara. Com a eventual rejeição do parecer de Marcos Rogério, integrantes da "tropa de choque" de Cunha irão tentar aprovar um voto em separado que propõe uma pena mais branda ao peemedebista, de suspensão do mandato por três meses.

Por outro lado, se Tia Eron votar favoravelmente à perda do mandato de Cunha, o placar ficará empatado em 10 a 10, e o voto de minerva caberá ao presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo, que já disse ser a favor da cassação.