Política

Estudante pede abertura de Comissão Processante contra Dirceu

5 ABR 2011 • POR • 01h28
Dirceu Longhi diz ser vítima de indígenas que queriam lhe prejudicar - Foto: Divulgação
DOURADOS – O estudante Daniel Ribas da Cunha, protocolou junto a Câmara de Vereadores pedido para a abaertura de uma Comissão Processante contra o vereador Dirceu Longhi. Por lei o documento deverá ser analisado, aceito ou rejeitado na primeira sessão da Câmara posterior a data de protocolo. Ao Douradosagora a Câmara informou que não havia recebido nenhum pedido oficial até às 17h.

Porém, por outro lado, O PROGRESSO teve acesso ao documento original, protocolado pela Câmara sob o número 01028-2011. O pedido leva em conta denúncias da Operação Uragano e o fato do vereador ter sido indiciado pela Polícia Federal, sob a acusação de ter incentivar e financiar a invasão do prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio), em dezembro de 2009, tendo inclusive, segundo denúncia, ter dado ordem para que os indígenas que passassem meses acampados em frente a Funai, invadisse o local, para forçar a saída da então administradora da Funai, Margarida Nicoletti.

Conforme documento protocolado na Câmara, no dia 01 de setembro de 2010, o vereador denunciado foi conduzido coercitiva-mente até a Polícia Federal de Dourados para ser ouvido a respeito das investigações decorrentes da “Operação Uragano” sendo que na oportunidade foi indiciado pela Polícia Federal no Inquérito Policial 096/2010, por conseqüência de seu indiciamento, é réu em processos judiciais, incurso nos seguintes crimes de corrupção passiva e improbidade administrativa.

O mesmo requerente, na data de 17 de dezembro de 2010, protocolou na Câmara, pedido de abertura de comissão processante, sob o nº 05467-2010, mas foi rejeitada por unanimidade pelos vereadores.

Ao O PROGRESSO, o estudante acredita que diante de novas provas de quebra de decoro parlamentar, a Câmara abra processo de investigação contra Dirceu.
O vereador Dirceu não foi encontrado para falar no assunto. Porém em recente entrevista o parlamentar disse que acredita que o último indiciamento deva ter sido feito com base no depoimento de alguns indígenas, que tentaram lhe prejudicar. “Teve um grupo de índios na época que pediram dinheiro e emprego, mas não foram atendidos”, disse o vereador.

Devido a recusa, Dirceu acredita que eles tentaram o chantagear, argumento na PF que a invasão na Funai teria sido financiada pelo parlamentar. Dirceu e a esposa Arlete Pereira de Souza, prestaram depoimento aos federais no final do ano passado. Agora, o casal espera receber a intimação para dar novos esclarecimentos. “Vou questionar à PF para ouvir outros índios, checar esse tipo de acusação que partiu somente de três ou quatro pessoas”, finaliza Dirceu, se dizendo ser vítima neste caso.