SÉRGIO MORO

Moro suspende uma das ações contra Marcelo Odebrecht

2 JUN 2016 • POR • 08h12
Outros dois processos da Lava Jato contra ele seguem em andamento. - Foto: Divulgação
O juiz Sérgio Moro suspendeu por 30 dias um dos processos a que o ex-presidente do Grupo Odebrecht Marcelo Odebrecht responde na Justiça Federal do Paraná. Segundo o juiz, o motivo é a informação de que "estaria em andamento a negociação de alguma espécie de acordo de colaboração entre as partes".

Executivos da construtora Odebrecht assinaram um termo de confidencialidade com os investigadores da Operação Lava Jato, que apura desvio de recursos da Petrobras por políticos, partidos e ex-dirigentes da estatal.

O termo de confidencialidade é uma espécie de pré-delação e antecede a assinatura do acordo de delação premiada. Nas negociações, os executivos, entre os quais o diretor-presidente afastado da empresa, Marcelo Odebrecht, prometeram esclarecer pontos que já estão sob investigação da Lava Jato.

O processo suspenso aponta irregularidades em oito contratos firmados pela Odebrecht com a Petrobras. De acordo com a denúncia, houve pagamentos de propinas a agentes públicos entre dezembro de 2006 a junho de 2014, principalmente, em espécie e depósitos no exterior.

Os contratos citados são referentes aos projetos de terraplenagem no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e na Refinaria Abreu de Lima (RNEST); à Unidade de Processamento de Condensado de Gás Natural (UPCGN II e III) do Terminal de Cabiunas (Tecab); à Tocha e Gasoduto de Cabiunas; e às plataformas P-59; P-60, na Bahia.

Apesar da decisão, outro processo a que Marcelo Odebrecht ainda responde perante à primeira instância da Justiça Federal não foi suspenso. O processo que apura o funcionamento do "Setor de Operações Estruturadas", um departamento destinado exclusivamente para a contabilidade paralela da empresa, seguia em andamento até a publicação desta reportagem.

Marcelo Odebrecht já foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por envolvimento no esquema. Ele foi considerado o mandante dos crimes cometidos pela empreiteira, uma das maiores do país, acusada de pagar R$ 108 milhões e US$ 35 milhões em propina a agentes da Petrobras. Ele recorre da sentença.