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Em Salvador, exposição comemora 100 anos de Carybé

1 ABR 2011 • POR • 17h15
Carybé em seu ateliê - Foto: Pierre Verger/Arquivo Família Bernabó
Antes de falecer, o argentino radicado na Bahia Hector Julio Páride Bernabó, mais conhecido como Carybé, trabalhava com mais de 19 obras em seu ateliê. Dessas obras inacabadas, 17 serão expostas pela primeira vez a partir do dia 1º de abril no Centro Cultural Solar Ferrão, no Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador.

Para celebrar os 100 anos do nascimento do artista, completados em 7 de fevereiro de 2011, a exposição O Ateliê: Carybé 1911-2011 pretende remontar a galeria do pintor. Além das pinturas, fazem parte da exposição peças do mobiliário do ateliê, objetos de arte e livros que o pintor colecionava, além do cavalete e a mesa de trabalho que ainda mantém as paletas de cores e preparo de tintas, pincéis e espátulas deixados pelo artista.

O público poderá conferir ainda alguns itens que o artista colecionou ao longo da vida, que inclui muitas peças de arte popular das viagens pelas América e Ásia, além de peças especiais de arte africana e arte sacra. Para complementar a exposição, também fazem parte do acervo o trabalho de alguns artistas plásticos e amigos de Carybé, como Mário Cravo Jr e Mestre Didi.



#####stúdio

Para a família do artista, transportar o ateliê de Carybé para o Solar Ferrão foi uma ideia inovadora e especial, já que no espaço da exposição, um \"pedaço\" do estúdio, como ele chamava seu ateliê, foi remontado. \"Nunca havíamos levado o estúdio para outro local. Foi um trabalho muito cuidadoso já que esse espaço tem um valor material e principalmente, sentimental. Nossa ideia é mostrar o processo de criação de Carybé para o público que nunca teve oportunidade de conhecer\", contou Solange Bernabó, filha de Carybé.

O neto do artista, Gabriel Bernabó, conta que desde o início deste ano, em todo Brasil, algumas exposições já comemoram o centenário de nascimento do mestre. \"Essa exposição é especial, principalmente porque acontece na Bahia. O que queremos evidenciar é o ambiente em que ele trabalhava\".

#####Instituto Carybé

Gabriel Bernabó conta que a família já vem trabalhando para colocar o Instituto Carybé em funcionamento.\"Estamos catalogando as mais de cinco mil obras que ele deixou espalhadas por todo mundo. Carybé era um gênio. Onde ele botava a mão funcionava. Seja nas telas, nas ilustrações, no cinema. Ele merece todas as comemorações\", diz.