Cidades

Após erro para tirar sangue, técnicos de enfermagem são agredidos em MS

16 MAI 2016 • POR • 10h10
O atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento - Foto: TV Morena/Reprodução
O atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campo Grande virou caso de polícia depois que três técnicos de enfermagem denunciaram agressões por parte dos pais de um paciente na madrugada desta segunda-feira (16). Um erro na coleta de sangue de uma criança foi o motivo da confusão na UPA do Jardim Leblon.

Um técnico em enfermagem, que pediu para ter a identidade preservada, disse em entrevista à TV Morena que tentou coletar o sangue da criança de 9 anos, mas o procedimento não deu certo porque a agulha não pegou a veia. A mãe da criança também é técnica em enfermagem e teria ficado irritada com a situação, segundo outra técnica de enfermagem do local.

"A mãe da criança não gostou e disse que ela queria fazer a coleta da criança, porque ela era técnica em laboratório e nunca tinha errado uma veia", afirmou a profissional ao G1 MS.

O pedido da mãe foi negado, já que apenas profissionais da unidade de saúde podem realizar procedimentos, e a mãe da criança ficou ainda mais nervosa, conforme relatos dos funcionários.

"Ela continuou nos agredindo verbalmente, falando que ela ia nos denunciar, que nós não tínhamos capacidade nenhuma de estar ali e que nós éramos todos incompetentes", relatou.

Retorno

Os técnicos contam que chamaram uma colega para tentar fazer a coleta do sangue pela segunda vez, quando o procedimento deu certo e a mãe e criança foram embora. Mas, minutos depois a mulher teria voltado à UPA acompanhada pelo marido.

O técnico que tentou fazer a coleta do sangue na primeira vez diz que foi agredido com socos pelo pai da criança. Ele mostrou um machucado na boca e marcas nas costas.

"Me esbofeteou, me deu tapa, chute, empurrão na cadeira, jogou meu celular no chão, embaixo da maca. Não deixou abrir a porta, não deixou pedir socorro. Me agrediu na boca, que cortou meu lábio por dentro", afirmou.

O profissional ainda conta que foi ameaçado e que está com medo de continuar trabalhando no local. "Disse que quando o plantão terminasse, eu ia me ver com ele, na saída do plantão, que ele ia me pegar. O psicológico abalado, a pessoa não tem estrutura, pra continuar trabalhando", ressaltou.

Dois dos três técnicos de enfermagem foram até a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) da Piratininga onde o caso foi registrado como lesão corporal dolosa.