Economia

Consumo de etanol cai 90% em Dourados

1 ABR 2011 • POR • 04h59
Consumidor volta a abastecer com gasolina, por causa da pouca diferença de preço em relação ao álcool - Foto: Hédio Fazan/PROGRESSO
DOURADOS – Depois de sucessivos aumentos, o consumo do etanol caiu em aproximadamente 90% este ano em Dourados. Na realidade, o consumo caiu no Brasil inteiro, segundo o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petróleo (Sinpetro) de Mato Grosso do Sul, Tanso Moro Rosa.

Ele explica que para compensar abastecer com álcool, o combustível precisa ser 70% mais barato em relação a gasolina. Tarso diz que o consumidor tem que fazer as contas, já que o etanol tem um gasto de 30% maior em relação a gasolina.

A diferença de custo entre o etanol e a gasolina está cada vez menor em Dourados desde o inicio deste ano. Só no mês de março foram quatro aumentos consecutivos. Em média hoje em Dourados, a diferença entre o álcool e a gasolina é de R$ 0,57 por litro. Em média, o preço do litro do etanol praticado no município, segundo pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP) feita em 16 postos, entre os dias 20 a 26 deste mês, é de R$ 2,23 e a gasolina R$ 2,80. “A diferença entre os dois combustíveis é muito pequena, e por isso, não compensa mais abastecer com etanol, já que o rendimento é muito menor em relação a gasolina”, destaca o sindicalista.

Considerando o preço médio praticado em Dourados, desde dezembro de 2010, o álcool teve um aumento de mais de 3%, enquanto que a gasolina uma média de 2%. Tarso considera que a alta do preço do álcool nos últimos meses pode ser explicada pelo período de entressafra da cana-de-açúcar, que começou em meado de outubro e se estende até o mês de março.

“Nesse período, com uma menor quantidade do produto disponível no mercado, é normal que não seja suficiente para a demanda, até mesmo porque a cana de açúcar produzida no Brasil ainda é dividida entre o álcool e o açúcar”, comenta. Ele ressalta que a preferência para a fabricação do açúcar deixou o etanol em desvantagem, fazendo com reduzisse a oferta no mercado, provocando aumentos consecutivos. No entanto, ele acredita que no final do mês de abril, os preços do álcool devem se estabilizar.