Inocentado

Acusado injustamente de estupro é liberado

13 MAI 2016 • POR • 06h00
Advogadas procuraram a imprensa para reforçar inocência e buscar que ameaças contra ele terminem. - Foto: Luiz Radai
As advogadas de Flávio Maury de Souza, 36 anos, procuraram a imprensa para reforçar a inocência dele, acusado injustamente de um crime de estupro que sequer ocorreu. Karoline Alvez Crepaldi e Cristina Oliveira Mota informaram que já tomam as providências legais cabíveis na busca de reparação aos sérios danos morais causados ao denunciado e familiares.


Flávio foi solto na quarta-feira, dia 11, resultado de petição da defesa que cancelou a audiência de justificação marcada para o dia 30 de maio. "Não havia qualquer motivo para ele ficar preso uma vez que sequer crime ocorreu", disse Karoline. Segundo a advogada, ele ficaria preso até a data da audiência em condições de privação da liberdade quando isso era uma situação provadamente injusta, mas o pedido de soltura foi deferido pela Justiça.


Segundo a defesa, o Ministério Público já acenou com a possibilidade de apresentar denúncia contra o falso testemunho da estudante de 25 anos por denunciação caluniosa sobre o estupro que não ocorreu. No entanto, as advogadas também prevêem, na esfera cível, providência contra a denunciante. "Vamos acionar, ela e todos os envolvidos que contribuíram para que esta informação equivocada fosse propagada. Todos têm responsabilidades", disse Cristina, lembrando que alguns meios de comunicação que publicaram o nome de Flávio relacionando-o com o adjetivo ‘estuprador’ podem ser acionados.


Segundo as advogadas, Flávio está com familiares e tenta assimilar o ocorrido. No entanto, ainda tem medo de sair para trabalhar. Aliás, ainda não sabe se volta ao emprego antigo. "Estamos acompanhando estes trãmites para que ele volte a vida que tinha antes com segurança", disse Cristina. O principal problema em relação ao caso, segundo as advogadas, é a marca que ficou no dia a dia de Flávio e da família. Os familiares alegam que continuam sofrendo preconceito e ameaças e não conseguem enxergar uma maneira de isso acabar. "A sociedade, neste ponto, é muito cruel. A mácula que fica na imagem de alguém que é acusado de um crime como este é difícil de apagar, mas tem que acabar", disse Cristina.


"A parte que foi prejudicada precisa de reparação moral. Não é dinheiro que paga ou recupera isto. Temos que analisar até que ponto a palavra de uma suposta vítima pode ser considerada 100%. Afinal, para a Justiça, cabe a quem acusa provar que fala a verdade", disse Karoline.


As advogadas elogiaram, inclusive, a atuação policial na pessoa da delegada Paula Oruê, após suspeita de contradição da estudante. "A polícia agiu rápido, ainda que Flávio estava preso, mas a investigação foi importante para a liberdade dele", disse Karoline.


A defesa também tenta fazer com que Flávio seja incluído no sistema aberto de cumprimento da pena.