Cinema

Filme “Em Nome da Lei” estreia amanhã em circuito nacional

20 ABR 2016 • POR • 06h00
Diretor Sérgio Rezende do filme “Em Nome da Lei”, em entrevista coletiva realizada ontem a tarde na casa da jornalista e atriz Blanche Torres. - Foto: Marcos Ribeiro
O diretor do filme "Em Nome da Lei" Sérgio Rezende reuniu a imprensa ontem a tarde na casa da jornalista e atriz Blanche Torres, para falar sobre a produção rodada em Dourados, entre março a maio do ano passado. O longa metragem da Globo Filmes e Fox Filmes estreia amanhã para todos em circuito nacional.


Na noite de ontem teve a pré-estreia de "Em Nome da Lei" somente para convidados no Shopping Avenida Center em Dourados.


As gravações de "Em Nome da Lei", mobilizaram mais de 730 pessoas, entre atores, figurantes e técnicos. Ao todo, 70 cenários foram montados em 40 pontos da cidade.


"Hoje vejo que este filme só poderia ser rodado em Dourados. É uma cidade que tem infra estrutura que está inserido deste universo cultural da fronteira. O município tem uma vida cultural e conseguimos formar uma parte do elenco com figuração e atores. Filmar nos grandes centros torna-se inviável. Para andar um quilômetro se demora três horas", compara Sérgio.


Ele ressalta que a receptividade da equipe em filmar na cidade de Dourados foi de euforia.


"A maior parte do grupo não conhecia esta região. Chegando aqui queria ir a Ponta Porã, conversar mais com as pessoas. As verdades se expressam na tela. O cinema é uma representação mas ele está muito imbuído da realidade do que você vive, conhece e acredita", argumenta, lembrando que a população contribuiu sobremaneira com apoio logístico e colaborativo.


O enredo ficcional é inspirado na história do juiz Odilon de Oliveira e focaliza as facetas da máfia do contrabando e do tráfico de drogas que predomina na região da fronteira Brasil e Paraguai, que é porta de entrada de 75% da maconha consumida no país.


O roteiro idealizado por Sérgio Rezende surgiu depois dele conhecer a trajetória de Odilon que se notabilizou por sua atuação ao condenar traficantes e passar a viver sob escolta permanente de policiais federais.


"Tem um tema que é universal no Brasil que é a injustiça. Junto com isto tem o universo da fronteira que é fascinante É uma bolha com pavio aceso que vai explodir em São Paulo, no Rio de Janeiro em Brasília, com drogas, tráfico de armas. São assuntos muito fortes. O que me inspirou também foi a ação do juiz Odilon que foi para Ponta Porã há 10 anos atrás que resolveu enfrentar aquela máfia que está instalada há muitos anos. Conseguiu grandes vitórias ao mesmo tempo pagou um preço muito grande", afirma Sérgio.


Mateus Solano vive o juiz federal Vitor Ferreira que, ao chegar à região de fronteira, constata o esquema do crime organizado liderado por Gomez (Chico Diaz). Vitor quer desmantelar o esquema obscuro e conta com a ajuda do delegado Elton (Eduardo Galvão) e da promotora Alice (Paolla Oliveira) pela qual se apaixona.



Pontos de Vista


De acordo com Sérgio, o público pode esperar um longa questionador. "O título do filme já seria uma pergunta. Em nome da lei de qual lado? A quem diga que o atual processo político esteja fora da lei. O mundo não é um castelo de nuvens é a realidade concreta. As ações que se tomam tem custo político,social, histórico e econômico. O longa não tem esta pretensão de ser uma sala de aula, mas levantar discussões. É basicamente entretenimento mas que o público possa levar para a casa alguma aprendizado", salienta.


O ator Emílio Dantas que veio para a pré-estreia em Dourados vive o personagem Hermano. "Ele é viciado em morfina e um cão de guarda do Gomez, define, completando que além da questão da fronteira chamou a atenção a beleza na fronteira.


"Dourados reúne condições para ser um pólo de cinema e as gravações de "Em Nome da Lei" vem comprovar isto", opina Blanche Torres, que interpreta a secretária Terezinha do juiz Vitor.


"Em Nome da Lei" teve custo aproximado de R$ 7,5 milhões. "É um valor ridículo, não pagaria nem o cachê de um ator de Hollywood. No Brasil a gente faz mágica", pondera Sérgio Rezende.