GOVERNO

Planalto teme investigação sobre obras do governo Dilma

11 ABR 2016 • POR • 08h38
Governo ficou com receio após a homologação da delação premiada da Andrade Gutierrez. - Foto: Divulgação
A homologação da delação dos executivos da construtora Andrade Gutierrez ocorreu na semana passada e deixou assessores presidenciais preocupados. De acordo com a Folha de S. Paulo, eles agora avaliam que projetos do governo Dilma podem ser investigados pela Operação Lava Jato.

Segundo a reportagem, essa possibilidade alterou o humor da presidente Dilma e a equipe da petista ficou apreensiva. Isso porque a divulgação da delação premiada do ex-presidente da construtora Otávio de Azevedo ocorreu justo quando o governo pensava que estaria virando o jogo do impeachment.

Durante a delação, os executivos da Andrade relataram que parte das doações legais para a campanha presidencial de 2014 tiveram origem em propinas, além disso, eles revelaram que os recursos vieram de obras tocadas no governo Dilma, como a usina de Belo Monte.

A presidente teria ficado irritada com a delação e reafirmou a assessores que, se houve algum esquema de propina com doações legais, não foi montado por sua equipe de campanha, apontando que seria de responsabilidade do PT explicar irregularidades nessa área.

A reportagem da Folha destaca que os assessores de Dilma disseram que ela não quis misturar as contas de sua campanha com as do PT. Por isso, o então ministro Edinho Silva (Comunicação Social) foi escalado para comandar suas finanças na eleição. Dilma havia deixado claro que não queria interferência do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

O Planalto estaria bastante preocupado pois ainda não há a divulgação do conteúdo completo da delação. Um auxiliar presidencial disse à publicação que a delação premiada criou "um cenário imprevisível", desestabilizando o clima que parecia ficar mais favorável para o governo.

Ainda segundo a reportagem, Dilma tem frisado que em nenhum momento foi dito à sua equipe que os R$ 20 milhões doados para sua campanha teriam origem em um esquema de propina. Segundo a presidente, não cabe a ela explicar isso, mas ao tesoureiro do PT.