Saúde

Imagens mostram problemas em reatores da usina de Fukushima

25 MAR 2011 • POR • 15h45
Prédio destruído do reator 1 é visto na quarta-feira - Foto: AP
s Forças de Autodefesa do Japão (Exército) divulgaram nesta sexta-feira (25) imagens aéreas tomadas dois dias antes dos reatores 1 e 3 da usina nuclear de Fukushima Daiichi, em que técnicos ainda trabalham para tentar evitar um acidente nuclear de grandes proporções.

As imagens mostram o edifício parcialmente destruído do reator 1, e uma fumaça negra erguendo-se do reator 3 -o que provocou a interrupção dos trabalhos de resfriamento do material nuclear.

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, admitiu nesta sexta-feira (25) que a situação na central nuclear , bastante afetada pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11, continua sendo \"muito imprevisível\" e que \"não permite otimismo\".

\"A situação atual continua sendo muito imprevisível. Estamos atuando para impedir que a situação piore. Precisamos continuar extremamente vigilantes\", disse Kan em uma entrevista coletiva.

\"Trabalhadores da Tepco, membros das Forças de Defesa Civil, da polícia e dos bombeiros de Tóquio e Osaka, além de outras áreas, estão arriscando suas vidas na batalha para controlar a situação em Fukushima\", indicou o primeiro-ministro.

Segundo a empresa Tokyo Electric Power (Tepco), o vaso do reator 3 da central nuclear de Fukushima, que contém as barras de combustível, pode estar danificado.

Quatro reatores da central nuclear de Fukushima Daiichi (N° 1), situada 250 km ao nordeste de Tóquio, sofreram graves acidentes em consequência de uma avaria do sistema de resfriamento provocada pelo terremoto e tsunami.

Por outro lado, o número confirmado de mortos na catástrofe japonesa superou os 10.000, passadas duas semanas do terremoto, informou a polícia japonesa.

Segundo o balanço publicado nesta sexta-feira, 10.035 mortes foram confirmados e 17.443 pessoas ainda estão desaparecidas. A quantidade de feridos é de 2.775.

A Agência Japonesa de Segurança Nuclear anunciou que não descarta a possibilidade de aumentar o nível de gravidade do acidente de Fukushima, atualmente 5 em uma escala de 0 a 7.

As operações para reativar os sistemas de resfriamento foram suspensas parcialmente após a contaminação radioativa, anunciada na quinta-feira, de três funcionários que trabalhavam em um edifício onde fica a turbina, diferente do edifício do reator 3, acrescentou o porta-voz da Tepco.

A Agência Japonesa de Segurança Nuclear criticou a Tepco por não ter adotado todas as medidas necessárias para proteger seus técnicos, que trabalham noite e dia ao lado de centenas de bombeiros e soldados para evitar uma catástrofe nuclear.

Vazamentos radioativos continuam nos quatro reatores mais afetados, provocando temores de uma contaminação da cadeia alimentar e da água na região de Tóquio - onde vivem 35 milhões de pessoas - e até no exterior.

A venda de alguns legumes e verduras, além do leite, foi proibida em pelo menos quatro províncias situadas perto da central de Fukushima, enquanto o consumo da água das torneiras foi desaconselhada para crianças pequenas em mais de dez localidades.

O Ministério da Saúde também reforçou o controle sobre peixes e mariscos pescados nos arredores da usina.

Estados Unidos, Austrália, Canadá, Rússia, China e Coreia do Sul, assim como vários países da Ásia e os 27 da União Europeia, decretaram controles sobre os produtos frescos provenientes do nordeste do Japão, que praticamente já não têm mais saída para o exterior.

Como um sinal do nervosismo reinante, dois japoneses foram hospitalizados na quarta-feira ao desembarcarem na China, vindos de Tóquio em um voo comercial, porque apresentavam \"um grave\" índice de radioatividade, anunciou nesta sexta-feira a administração chinesa de segurança e quarentena.

(G1)