SURTO

H1N1 chega ao Brasil e atinge principalmente o Estado de São Paulo

4 ABR 2016 • POR • 10h01
A campanha de vacinação contra o H1N1 começou hoje na Grande São Paulo. - Foto: Divulgação
Neste ano, o H1N1 chegou mais cedo ao Brasil, castigando especialmente São Paulo. Tido como um mal do frio, até o fim do verão de 2016 ele já havia matado no País 28% a mais do que em todo o ano passado. Entre os paulistas a situação foi pior: quase três vezes mais fatalidades e 700% mais casos no mesmo período. Desta vez, a gripe veio antes provavelmente por dois motivos segundo o Portal Terra, primeiro, porque pessoas contaminadas no hemisfério norte trouxeram a infecção, que se alastrou. Segundo, porque o número de vacinações em 2015 ficou abaixo do esperado, resultando em mais pessoas suscetíveis à doença. Mas pesquisadores conjecturam que até o fenômeno climático El Niño possa ter alguma culpa nessa história.

O que mais tem preocupado é o grande número de mortes decorrentes do H1N1 este ano. Elas estão diretamente relacionadas ao aumento de casos, mas há outros fatores. A gripe é perigosa quando causa nos pacientes insuficiências respiratórias graves, que podem ser fatais. Normalmente, as maiores vítimas são idosos, diabéticos e cardiopatas. Ainda que esses grupos continuem sob risco, cerca de 50% das mortes em 2016 se deu entre adultos na faixa etária de 40 a 60 anos, parcela que normalmente está mais isenta e não é alvo costumeiro das campanhas de vacinação.

A crise é de tais proporções que nem algumas das mais prestigiadas clínicas paulistanas têm dado conta de atender a todos. Nas unidades do Hospital Albert Einstein do Ibirapuera e do Morumbi (SP), por exemplo, a espera pela aplicação da vacina supera duas horas – e os estoques semanais recebidos pelo hospital podem acabar "a qualquer momento".

Para debelar a crise, o governo federal enviou lotes de vacinas de H1N1 de 2015 para o noroeste paulista, região mais afetada do País. Além disso, a Secretaria de Saúde de São Paulo antecipou a distribuição do lote de 2016 para os principais grupos de risco. De acordo com o Ministério da Saúde, porém, um adiantamento em escala nacional está fora de questão. Como a "receita" do medicamento muda anualmente, a pasta admite que não possui capacidade de produção e condição logística para mudar a data marcada para o começo da campanha, 30 de abril.


VACINAÇÃO EM SP

A campanha de vacinação contra o H1N1 começou hoje na Grande São Paulo. Segundo informações do G1, a vacinação foi antecipada no estado por causa do aumento dos casos de H1N1. A expectativa da Secretaria Estadual da Saúde é vacinar 3,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo.

A vacinação segue o calendário das campanhas de anos anteriores, obedecendo à ordem de grupos prioritários. Os profissionais de saúde começam a ser vacinados nesta semana.

A partir do dia 11 de abril, gestantes, crianças de 6 meses a 5 anos e idosos serão vacinados.
No dia 18, as mulheres que acabaram de ter bebês, pessoas com doenças crônicas e outros grupos começam a ser vacinados.

As vacinas da rede pública são trivalentes e protegem contra os vírus H1N1, H3N2 e o tipo B. Na rede privada, estão disponíveis também as vacinas quadrivalentes, com cepas pra um outro tipo de gripe b, que circula nos Estados Unidos.

No restante do país, a campanha contra a gripe influenza começa no dia 30 de abril e vai até o dia 20 de maio.