Política

Janela da infidelidade amplia bancadas, mas aborta pré-candidaturas em MS

23 MAR 2016 • POR • 06h00
Marquinhos Trad trocou o PMDB pelo PSD e deverá disputar a Prefeitura da Capital. - Foto: Divulgação
À exceção do deputado estadual Marquinhos Trad (PSD) que havia manifestado o desejo de concorrer à Prefeitura de Campo Grande há muito tempo, a "janela da infidelidade", apesar de ampliar algumas bancadas na Assembleia Legislativa, não garantiu nenhuma candidatura, pelo contrário, abortou o desejo de alguns parlamentares que chegaram a sonhar com essa possibilidade.


A bancada do PSDB foi a que mais recebeu adesões, no entanto, nenhum dos quatro deputados (Beto Pereira, Mara Caseiro, Maurício Picarelli e Felipe Orro) que se filiaram ao partido é pré-candidato a prefeito.


Aliás, pôr fim a essas pretensões foi o principal objetivo da investida pesada do governo, que culminou com a ampliação da representatividade do PSDB na Assembleia e o consequente desmanche de algumas bancadas.

 
Eleitos pelo PDT, Beto Pereira e Felipe Orro chegaram a se manifestar candidatos à sucessão do prefeito Alcides Bernal (PP), mas foram preteridos pelo presidente regional do partido, o deputado federal Dagoberto Nogueira.


Irritados com o comando regional, os dois brizolistas se abrigaram no ninho tucano sem nenhum compromisso de candidatura.


Entre os quatro, Mara Caseiro chegou a ousar, dizendo-se pré-candidata a prefeita durante o ato de sua filiação, entretanto, todos sabem que o projeto do governador Reinaldo Azambuja é outro.


O nome mais lembrado no partido para concorrer ao cargo é o da vice-governadora  e secretária de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, Rose Modesto,  que ainda assim corre o risco de perder a condição de candidata a um possível aliado.


Há dias, integrante da cúpula tucana deu a entender que o partido poderá até abrir mão de candidatura própria para apoiar outro nome, possivelmente o de Marquinhos Trad.


O único que entrou no PSDB com candidatura assegurada foi o deputado federal Geraldo Resende, após desembarcar do PMDB do ex-governador André Puccinelli com espaço garantindo, conforme aprovação de seu nome em consulta prévia entre os filiados.

Sem bancadas


Além de reduzir a bancada do PMDB na Assembleia, que de seis parlamentares ficou com cinco, a "janela da infidelidade" provocou ruínas em outros partidos.


Abandonaram o partido de André Puccinelli os deputados Marquinhos Trad e Maurício Picarelli. Como recompensa, o PMDB ganhou a adesão de Márcio Fernandes, que abandonou o nanico PTdoB, a exemplo de Mara Caseiro. 


Márcio Fernandes também tinha o interesse de concorrer às eleições municipais deste ano, mas entrou num partido que dispõe de lideranças mais expressivas, como o próprio André Puccinelli, os senadores Waldemir Moka e Simone Tebet e o deputado federal Carlos Marun. 


Durante as investidas que culminaram com o troca-troca partidário, as bancadas do PTdoB e do PDT deixaram de existir na Assembleia.


O deputado George Takimoto é o único pedetista no legislativo. Um partido só possui bancada a partir de dois representantes.