Sem teto

Residencial tem 11 tentativas de invasão e contemplados temem confronto

22 MAR 2016 • POR Mariana Branco • 20h05
Futuros moradores do Dioclecio Artuzi estiveram em protesto em frente ao residencial por mais segurança. Foto: Marcos Ribeiro
Contemplados com as 450 moradias do Dioclécio Artuzi protestaram nesta tarde em frente ao Residencial. Eles denunciaram 11 tentativas de invasão no local este ano. Para tentar barrar a ação de grupos sem-teto, os futuros moradores por direito, estão tendo que se revezar no período da noite porque consideram insuficiente o número de seguranças disponibilizados pela empreiteira que está em fase de finalização das obras. Os contemplados também temem confronto entre eles e grupos invasores.

A dona de casa Lizandra Monteseli é uma das sorteadas no "Programa Minha Casa, Minha Vida" no Dioclécio Artuzi. Ela conta que no último final de semana, dezenas de sem-teto, que foram expulsos de área na região do Novo Horizonte e Altos do Indaiá, tentaram entrar no residencial. "Não estamos tendo mais sossego. A invasão que aconteceu em abril do ano passado deixou reflexos até hoje. As casas foram danificadas, a empreiteira alegou falta de recursos para a reforma e até agora não recebemos nossas casas. Agora, depois de meses, quando a empreiteira resolve concluir as obras, junto com a Caixa Econômica, nós ficamos vulneráveis a invasores. Se isso ocorrer, é mais atraso, mais espera e mais crise que nós futuros moradores teremos que enfrentar. Sem contar com um possível confronto entre os contemplados e os invasores, que pode ocorrer a qualquer momento", lamenta.

Adário Ramos disse ao O PROGRESSO que os futuros moradores estão revoltados com as ameaças de grupos de invasores. "Já procuramos a Delegacia e agora o próximo passo é reunir assinaturas para entrar com ação coletiva na Defensoria Pública na busca de uma liminar de reintegração de posse, levando em consideração a expectativa de direito que possuem. "Com este mecanismo poderemos garantir a retirada imediata se ocorrer invasão, até porque hoje, as forças policiais alegam que não é atribuição delas fazer este tipo de segurança", destaca, observando que o entendimento do grupo é o de que a empresa tem a obrigação de garantir a segurança no local até a entrega das casas e esta situação deve ser fiscalizada pela Caixa Econômica.

###### CAIXA
O superintendente da Caixa Econômica Federal Evandro de Lima, disse ao O PROGRESSO que ao tomar conhecimento da ameaça de invasão, acionou a empresa que está reforçando o quadro de seguranças. "Imediatamente destinamos guardas patrimoniais da Caixa para reforçar o efetivo e pedimos reforço do governo do Estado que garantiu apoio. Estamos vigilantes 24h e seremos avisados sobre qualquer tentativa de invasão para que possamos agir no sentido de impedir. Os futuros moradores podem ficar tranquilos", destacou o superintendente ao O PROGRESSO.

###### PRAZO DE ENTREGA
A Caixa Econômica Federal assumiu o compromisso de entregar as casas do Conjunto Habitacional Dioclécio Artuzi II, em construção em Dourados, no final de Junho. A garantia foi dada ao grupo de futuros moradores durante uma reunião na agência de Dourados, no último dia 11. Ao todo são 450 famílias contempladas há mais de dois anos.