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França alerta para riscos de água do mar injetada na usina em Fukushima

23 MAR 2011 • POR • 15h35
Imagem mostra fumaça escura saindo de um reator de Fukushima. - Foto: Tepco/ Press JiJi/AFP Photo
O Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) da França advertiu nesta quarta-feira (23) que a presença de sal na água injetada na usina nuclear japonesa de Fukushima pode alterar a \"muito curto prazo\" a refrigeração do combustível.

O organismo manifestou particularmente sua preocupação com o risco de cristalização do sal injetado com a água de mar nos reatores, que poderia provocar, entre outros efeitos, \"corrosão ou um impacto sobre a refrigeração dos núcleos\".

\"Conviria reconstituir as reservas de água doce\", recomendou o organismo, que acrescentou que \"os reatores 1, 2 e 3 se encontram em um estado particularmente crítico diante da ausência de uma fonte de refrigeração permanente\". \"As piscinas necessitam receber água regularmente\", revelou o instituto, segundo o qual \"se está analisando a viabilidade de uma alimentação direta a partir dos sistemas de refrigeração\".

O IRSN destacou que, mais uma vez, a prioridade está em por em funcionamento esse sistema, que ficou sem energia elétrica como consequência do terremoto e do tsunami que atingiu o Japão em 11 de março.

Na manhã desta quarta-feira, operários que trabalhavam no reator 3 da usina nuclear de Fukushima Daiichi foram retirados do complexo evido a uma fumaça escura que começou a sair da unidade, uma das mais afetadas pelas recentes explosões.

Por volta das 16h30 da hora local (4h30 de Brasília), uma espessa fumaça escura foi vista saindo do danificado reator 3 da usina. Não há ainda informações sobre as causas da fumaça, informou a Tokyo Electric Power Company (Tepco), a operadora da central atômica.

Desde que foi suspenso o sistema de energia da usina, os japoneses lutavam contra o tempo para manter a refrigeração dos reatores, usando até mesmo água do mar para evitar superaquecimento e um possível acidente radioativo.

Esta é a segunda vez em dois dias em que é observada fumaça escura saindo do reator 3, o que indica, segundo os especialistas consultados pela rede de TV local “NHK”, que não se trata de vapor d\'água. A unidade 3 é uma das mais perigosas, porque funciona com uma mistura de urânio e plutônio.

Na noite de terça-feira (22), os operários da central conseguiram restabelecer a eletricidade do painel de controle da unidade, o que permitiria iniciar algumas funções internas e medir a temperatura e a pressão da instalação. (G1)