Política

Deputados de MS avaliam cenário da crise nacional

18 MAR 2016 • POR • 06h00
Deputados reservaram parte da sessão de ontem da AL para discutir o cenário da crise nacional. - Foto: Divulgação
Os deputados estaduais reservaram parte da sessão de ontem da Assembleia Legislativa para discutir o cenário da crise nacional, num dia turbulento em Brasília, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi empossado como ministro-chefe da Casa Civil e, horas depois, foi impedido de assumir o cargo por decisão judicial.


Após a cerimônia na qual a presidente Dilma Rousseff deu posse ao ex-presidente, o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto concedeu liminar em despacho que suspendeu a nomeação de Lula como ministro da pasta.


O deputado Pedro Kemp (PT) usou a tribuna para criticar a atuação do juiz federal Sérgio Moro, na liberação de áudios de conversas entre o ex-presidente e a presidente Dilma.


"O juiz Sérgio Moro se desnudou e demonstra que está à frente do movimento dos que não se conformaram, até hoje, com a reeleição da presidente Dilma", disse.


Para Kemp, as investigações em curso relacionadas a Lula continuarão normalmente no STF (Supremo Tribunal Federal).


Recém chegada ao PSDB, a deputada Mara Caseiro disse que a nomeação de Lula "demonstra claramente" a tentativa de garantir foro privilegiado ao ex-presidente. "Repudio a nomeação do Lula e não entendo porque a presidente se mostra insensível à voz das ruas", disse. "Ninguém está acima da lei", complementou, ao ler Carta Aberta à População, de autoria da Juventude do PSDB em Mato Grosso do Sul.


Da mesma forma, o também tucano Beto Pereira (PSDB) defendeu ampla investigação. "Este é o momento de maior turbulência política que já vivi e temos que defender a investigação de todos, apartidariamente".


Para Amarildo Cruz (PT), o momento histórico porque passa o Brasil relembra o "duro golpe de 64". "Temos que ter obediência aos preceitos constitucionais, sob pena de falência do Estado de Direito". Segundo o deputado, é preciso muito cuidado com "a paixão e o culto ao ódio" verificados nas ruas.


"Faço um apelo para que possamos sair das garras da ilegalidade e defender o nosso País", reiterou.
Já o deputado Zé Teixeira (DEM) sugeriu a comparação entre a popularidade da presidente e do juiz Moro, e disse que todos estão sujeitos às leis. "O grampo pode ser feito para investigar todo e qualquer cidadão comum; a investigação deve ser feita".


O socialista José Carlos Barbosinha (PSB), defendeu a atuação do juiz Moro e alertou para o grave momento político. "O País está acéfalo e sem comando, e o que está sendo colocado em cheque é a força das instituições", disparou.


Para o deputado, uma vez sendo investigado, Lula não poderia ter sido nomeado ministro-chefe da Casa Civil.