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PMDB sofre mais duas baixas com as saídas de Picarelli e Marquinhos

2 MAR 2016 • POR • 06h00
Apesar de não antecipar seu destino partidário, Marquinhos deve se abrigar no PSD. - Foto: Divulgação
O PMDB sofre mais duas importantes baixas após as eleições para o governo de Mato Grosso do Sul em 2014 a partir da desfiliação, oficializada ontem (1º), do deputado estadual Marquinhos Trad e com o desligamento iminente de seu colega Maurício Picarelli, que entra no PSDB amanhã (3), em ato político, em Campo Grande.


Com isso, a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa cai de seis representantes para quatro, devendo se recuperar, voltando a cinco membros, a partir da filiação de Márcio Fernandes (PTdoB).


Para analistas, essas e outras mudanças partidárias devem-se a investida pesada do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que trabalha para fortalecer o seu grupo político visando às eleições municipais de outubro e seu projeto de reeleição em 2018. Eles avaliam que essas baixas acabam enfraquecendo o partido no período da campanha.


O PMDB foi para as eleições de 2014 dividido entre um grupo que apoiou a candidatura do ex-prefeito Nelsinho Trad e outro que pediu votos para o senador Delcídio do Amaral (PT), derrotado no segundo turno para Reinaldo Azambuja.


A primeira baixa no partido ocorreu com a saída do grupo político liderado pelo ex-prefeito Nelsinho Trad, que, alegando falta de companheirismo se abrigou no PTB, do qual é presidente regional.


Também deixaram os quadros do partido do ex-governador André Puccinelli, os ex-deputados federais Fábio Trad, de Campo Grande, e Marçal Filho, de Dourados, que deve ser candidato pelo PSDB à sucessão do prefeito Murilo Zauith (PSB).


As vereadoras Magali Picarelli (Campo Grande) e Délia Razuk (Dourados) fizeram o mesmo para se abrigar no PSDB e no PR.


Antes majoritário no controle de prefeituras, o PMDB perdeu ainda prefeitos de importantes cidades, como Roberto Hashioka, que recentemente retornou ao PSDB a convite do governador.

Decisão irrevogável


Marquinhos Trad ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para anunciar sua desfiliação. “É uma decisão irrevogável afastar-me do PMDB”, avisou, ao agradecer ao partido no qual militou por 13 anos e onde iniciou sua vida pública, em 2004, quando foi eleito vereador da Capital.


Marquinhos lembrou que nas três eleições que venceu pelo PMDB para uma cadeira na Assembleia, foi sempre o candidato com a maior votação em Campo Grande.


Ele citou três colegas de partido que, segundo ele, o ajudaram na caminhada, Edil Albuquerque, Youssif Domingos e Pastor Sérgio. “Tudo mundo entra com a vontade na política de mudar tudo e eles mostraram e me ensinaram que não é bem assim que funciona”, disse.


Apesar de não antecipar seu destino partidário, Marquinhos deve se abrigar no PSD do ministro Gilberto Kassab (Cidades), visando disputar à sucessão do prefeito Alcides Barnal (PP).


Desafeto político de André Puccinelli, Marquinhos disse que voltará a conversar com Reinaldo Azambuja, a quem pedirá apoio em sua caminhada rumo à Prefeitura da Capital.


O PSDB, por sua vez, tem como pré-candidatos ao cargo a vice-governadora Rose Modesto e o secretário Eduardo Riedel (Gestão Estratégica).