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“Se precisar, serei candidato a presidente em 2018”, diz Lula

29 FEV 2016 • POR • 08h26
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse sábado (27) no Rio de Janeiro que, se o PT entender que é necessário, ele será candidato à Presidência em 2018. A afirmação foi feita durante festa de comemoração dos 36 anos do partido, na cidade do Rio. Em um discurso de quase 40 minutos, Lula criticou a oposição e a imprensa que, segundo ele, estão tentando atingi-lo “com mentiras, com vazamento de informações e a criminalização” por meio de notícias, sem que haja qualquer julgamento.


O ex-presidente negou que seja o dono do triplex no Guarujá e do sítio em Atibaia – imóveis investigados pela Justiça e que tiveram destaque na imprensa nos últimos dias. Segundo ele, o sítio, por exemplo, foi comprado por seu amigo Jacó Bittar. O acordo era que a família de Lula também usufruísse da propriedade quando ele deixasse a Presidência.


“Eles pensam que, com essa perseguição, vão me tirar da luta. Eles não conhecem o PT. Se quiserem me derrotar, não vão me derrotar mentindo. Terão que me enfrentar nas ruas, conversando com o povo brasileiro”, disse Lula. “Se eles quiserem voltar ao poder, vão ter que aprender a ser democráticos, disputar eleições e acatar o resultado. Se eles quiserem, se preparem para 2018. Afiem suas garras e vamos disputar democraticamente”, acrescentou.


Ele destacou que essa situação serve para fortalecer partido. “Eles estão determinados: ‘Vamos destruir o PT’. E eu queria dizer para eles: Vocês não vão nos destruir. Nós sairemos mais fortes dessa luta”.


Em seu discurso, Lula também disse que, apesar das divergências entre o PT e o governo da presidente da República, Dilma Rousseff, o partido está ao lado dela. Lula disse que está à frente de um exército de milhares de soldados para defender o mandato de Dilma.


“Por mais que tenha discordância em alguma coisa, a Dilma tem que ter certeza de que o lado dela é esse. Ela precisa de nós para poder sobreviver aos ataques que ela vem sofrendo no Congresso Nacional pelos nossos adversários”, disse Lula.


Lula foi o grande homenageado da festa de 36 anos do PT, no Armazém da Utopia, na zona portuária do Rio de Janeiro.

Avanços sociais


O deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) disse na noite de sábado (27) que os petistas têm orgulho de sua história e de ter conseguido avanços sociais, como o aumento do número de jovens nas universidades e a redução da pobreza. No entanto, ele – que participa, no Rio, da festa de 36 anos do partido – reconheceu que houve erros de alguns integrantes da sigla.


“Tem a história da corrupção e teve erros. Precisamos fazer uma avaliação de todo esse processo. Mas nossos acertos são infinitamente maiores. E mesmo no que se refere à corrupção, a sociedade tem que se perguntar é por que agora a corrupção é combatida e antes não era”, disse o parlamentar, que está em seu quinto mandato na Câmara Federal.


O ex-senador Eduardo Suplicy, atualmente secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, disse que o PT vive um momento difícil. “Numa organização tão grande, com 1,5 milhão de filiados, se alguns cometem erros, erros gravíssimos, é nossa responsabilidade procurar prevenir e corrigi-los. Onde estivermos, temos que procurar agir com toda correção, transparência e respeito à coisa pública. Precisamos aprofundar nossos esforços para acertar.”


Segundo o deputado estadual fluminense Zaqueu Teixeira, o PT tem um legado a deixar para a população brasileira. “É um partido que transformou a vida de milhares de pessoas, então temos muito o que comemorar. E nós não podemos, em virtude de algumas dificuldades, que o partido enfrenta, esquecer todo esse legado que foi construído”, disse.