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CPI pede quebra de sigilos bancário e telefônico de membros do Cimi

25 FEV 2016 • POR • 06h00
Na tarde de ontem foi ouvido o cacique Fábio Lemes, da aldeia Argola, município de Miranda. - Foto: Patrícia Mendes
A CPI do Cimi aprovou ontem (24) pedido de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do Conselho Indigenista Missionário e de membros da instituição citados durante oitivas realizadas pelo colegiado.


De acordo com a presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputada Mara Caseiro (PMB), a assessoria jurídica vai analisar os documentos entregues até o momento e os depoimentos prestados, a fim de definir os nomes para quebra de sigilo.


“Muitas pessoas estão sendo citadas, algumas provas nos foram entregues, mas somente por meio dessa quebra de sigilo poderemos confirmar aquilo que estão dizendo aqui, ou seja, financiamento e incitação das invasões de terras em nosso Estado por parte do Cimi e de seus membros”, declarou a parlamentar.


A sessão da tarde de ontem foi a primeira após a retomada dos trabalhos, paralisados desde o dia 28 de janeiro. A determinação para suspensão das investigações partiu do juiz da 4ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, Pedro Pereira dos Santos.


A liminar foi suspensa no dia 19 deste mês, por ordem do presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, desembargador Fábio Pietro, e os trabalhos puderam ser retomados.


Foi ouvido na tarde de ontem o cacique Fábio Lemes, da aldeia Argola, município de Miranda. Devido a ameaças sofridas pelo indígena, seu depoimento foi colhido em sigilo.


A próxima oitiva está agendada para a quarta-feira, dia 2 de março, a partir das 14h, no Plenário Júlio Maia. Entretanto, ainda não há confirmação de quem prestará esclarecimentos.

Resumo dos trabalhos


Até o momento, foram ouvidos pela Comissão 19 depoentes dos 56 nomes aprovados pelos deputados, além de uma acareação, totalizando 10 oitivas.


Já prestaram depoimentos os jornalistas Lorenzo Carrasco e Nelson Barretto, estudiosos da área, os produtores rurais Vanth Vanni Filho, Mônica Alves Corrêa, José Raul das Neves, Roseli Maria Ruiz da Silva, Jucimara e Ricardo Bacha, os indígenas Dionedson Cândido, Inocêncio Pereira, Cacilda Pereira, Abélcio Fernandes e o professor Alberto França Dias, o ex-assessor jurídico do Cimi, Maucir Pauletti, o delegado Alcídio de Souza Araújo, da Polícia Federal, o procurador da República, Emerson Kalif Siqueira, o desembargador Alcir Gursen de Miranda e o administrador rural, Ramão Aparecido Evangelista dos Santos.


A única acareação promovida pela CPI foi entre o ex-assessor jurídico do Cimi, Maucir Pauletti, e o delegado da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, André Matsushita.